Ouça este conteúdo
Três pessoas foram presas enquanto participavam de um evento de canto e louvor promovido por uma igreja cristã na cidade de Moscow, no estado americano de Idaho, na última quarta-feira (23). De acordo com a polícia local, as detenções foram necessárias porque a lei municipal que obriga o uso de máscaras e o distanciamento social não foram seguidos.
O encontro foi convocado pela internet, e contou com a presença de aproximadamente 150 pessoas. De acordo com o pastor Ben Zornes, que organizou o evento, reuniões para o canto de salmos e louvor vem sendo realizadas pelo menos uma vez por mês durante o período da pandemia. Segundo Zornes, o encontro seria rápido, com cerca de meia hora de duração, e foi a forma encontrada pelos fiéis para mostrarem que estão “prontos para voltar à normalidade”.
A polícia foi acionada e compareceu ao estacionamento da igreja, onde marcações no chão delimitavam o espaço entre os presentes. Cinco pessoas foram notificadas pela falta do uso de máscaras. Destas, duas teriam - de acordo com o chefe da polícia local, James Fry – resistido ou impedido a ação dos oficiais e uma não teria se identificado quando solicitado pelos guardas, e acabaram presas.
Nas palavras de Fry, os policiais vinham sendo lenientes em não levar a lei a cabo, e que apesar de trabalhar junto à comunidade para evitar que situações como essa acontecessem, “em algum momento você tem que aplicar a lei”. O descumprimento da ordem é tratado como uma contravenção, que pode levar a seis meses de prisão e uma multa de mil dólares.
Para o pastor Ben Zornes, as prisões podem ter infringido a primeira emenda à Constituição americana. O texto dá garantia de liberdade de expressão a todos os cidadãos, e trata também da liberdade religiosa e de culto. “Nós só estávamos cantando”, disse o religioso.A cidade já registrou pelo menos cinco manifestações do movimento Black Lives Matter. Em um desses protestos, em julho, os participantes também cantaram e dançaram em uma das praças da cidade. Apesar do uso de máscaras, houve aglomeração e alguns dos manifestantes levavam cartazes comparando policiais a porcos e pedindo pelo corte do financiamento da polícia. Em nenhuma das manifestações foram feitas notificações ou prisões de participantes.