Cristina diz que veto a projeto proporcionará economia de US$ 10 bilhões aos cofres do governo| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

Argentina conectada

Cristina criará estatal de telecomunicações

Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, analisa a criação de uma empresa estatal de telecomunicações, segundo informaram fontes do setor ao jornal local El Cronista. O governo quer disputar o mercado com as companhias Telefônica e Telecom e construir uma terceira rede alternativa de fibra óptica. A nova empresa vai usar a capacidade e a infraestrutura da companhia estatal de desenvolvimento de satélites, Arsat.

O público-alvo inicial da nova empresa pública serão as cooperativas, os provedores independentes de internet que não usam os serviços de Telefônica e Telecom, e, eventualmente, grandes empresas usuárias de banda larga. Segundo o jornal, o governo não descarta apontar em direção aos usuários residenciais após as eleições de 2011, se Cristina ou o marido dela, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), estiver no poder.

O anúncio sobre a criação da estatal será feito na próxima segunda-feira, durante a apresentação do plano nacional "Argentina Conectada".

Agência Estado

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Buenos Aires - A presidente argentina, Cristina Kirchner, vetou ontem a lei que aumenta o valor das aposentadorias, a primeira legislação importante aprovada pelo novo Con­­gresso, controlado pela oposição. "O que aprovaram foi uma lei de falência e não vou permitir que o Estado quebre", disse Kirchner ao anunciar o veto. "Quando votam uma lei que au­­menta as despesas, devem dizer de onde vem a receita", afirmou a presidente sobre o custo anual de 33 bilhões de pesos (8,25 bi­­lhões de dólares) que a medida provocaria.

A lei estipula que as pensões mínimas dos aposentados sejam equivalentes a 82% do salário base dos trabalhadores da ativa. O chefe de gabinete, Aníbal Fer­­nández, disse que a intenção da oposição é atribuir ao governo o custo político do veto, a um ano das eleições presidenciais. O au­­mento da pensão mínima para 82% do valor dos salários dos ativos, que beneficiaria 4 milhões de aposentados, é uma antiga reivindicação do setor.

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Apesar de heterogênea, a oposição conseguiu sua primeira vitória importante no Con­­gresso desde que passou a ser maioria, depois de derrotar o governo nas eleições legislativas de 2009. O senador da oposição, Alfredo Martínez, comemorou a votação, considerando que a lei "é de absoluta justiça para os aposentados". Sem descapitalização

"Não vamos descapitalizar o Tesouro quando até o fim do ano teremos um superávit de 40 bi­­lhões de pesos (10 bilhões de dólares). Assim, pode-se tomar este montante para pagá-lo", disse Martínez em resposta ao go­­verno. O vice-presidente argentino, que também ocupa a presidência do Senado, Julio Cobos, desempatou a votação a favor da oposição, e foi chamado de "traidor" pelos governistas.

Apontado como um dos possíveis candidatos da oposição para as eleições gerais de 2011, Cobos afirmou que não renunciará à vice-presidência e continuará "agindo da mesma forma", apesar das críticas do go­­verno.