A presidente Cristina Kirchner aproveitou a comemoração do Bicentenário da Independência da Argentina para defender seu governo e a administração de seu marido, o ex-presidente Nestor Kirchner. "Nós construímos um projeto para o país, como os heróis latino-americanos da época da independência", disse ela, em meio à festa dos 200 anos da revolução de maio de 1810.
Na companhia de sete presidentes sul-americanos, Cristina Kirchner inaugurou na Casa Rosada, o palácio presidencial, a galeria dos "patriotas latino-americanos do Bicentenário". O Brasil participa dessa galeria com um retrato de Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, e de Getúlio Vargas.
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que desembarcou na terça-feira (25) em Buenos Aires sem falar com a imprensa -, participaram ontem das cerimônias os líderes venezuelano, Hugo Chávez; chileno, Sebastián Piñera; equatoriano, Rafael Correa; boliviano Evo Morales; paraguaio, Fernando Lugo; e uruguaio, José Mujica.
Os ex-presidentes Manuel Zelaya, de Honduras, e Martín Torrijos, do Panamá, também estavam presentes na cerimônia como convidados especiais de Cristina. Zelaya, deposto em um golpe em junho, veio a Buenos Aires após passar por Equador e Venezuela, num périplo em busca de respaldo para conseguir voltar para Honduras. Lula não ficou para o banquete que Cristina ofereceu aos colegas sul-americanos.
Protestos
Associações ruralistas, que mantêm um estado de conflito com o governo desde 2008, celebraram a data nacional com "tratoraços" e carreatas em diversas estradas nas áreas agrícolas da Argentina. Os produtores agropecuários exigem a redução imediata dos impostos que o governo de Cristina impõe sobre o setor.
A política econômica e social da administração Kirchner também foi alvo de manifestações de grupos de esquerda, comunidades indígenas e ONGs ambientalistas na Praça do Congresso Nacional, no centro de Buenos Aires. Juan Carlos Alderete, líder da Corrente Classista e Combativa, afirmou que "os pobres da Argentina não têm nada para celebrar".