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Cristina Kirchner acena durante evento em usina nuclear | José Romero/Efe
Cristina Kirchner acena durante evento em usina nuclear| Foto: José Romero/Efe

A poucas horas de uma marcha que pretende reunir milhares de pessoas no centro de Buenos Aires nesta quarta (18), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, participou de uma cerimônia que marcou o aumento da produção de energia na usina nuclear de Atucha II, na cidade de Zárate, ao Norte da capital.

Ela não fez nenhuma referência à marcha, que integrantes do governo classificaram como "golpista", e fez um discurso de forte inspiração nacionalista.

A presidente estava acompanhada de alguns de seus ministros, entre os quais o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, o secretário-geral, Aníbal Fernández, e o ministro da Economia, Axel Kicillof.

Operários, políticos e militantes com bandeiras participaram do evento e assistiram ao discurso da presidente, transmitido em rede nacional.

"Esta usina foi construída por argentinos, por mentes e por mão de obra argentinas", afirmou.

Kirchner afirmou que a geração de energia nuclear coloca a Argentina em vantagem em relação a vizinhos, como o Brasil. O país tem três usinas nucleares em funcionamento e firmou acordos com a China para a construção de mais duas.

"O Brasil sofre neste momento com um problema de abastecimento [de energia]. Não por ineficiência, mas pela dependência de uma matriz energética hidrelétrica", afirmou ela, acrescentando que a Argentina deve investir em mais unidades de geração nuclear.

A usina Atucha II - Néstor Kirchner tem uma potência de geração de energia de 745 megawatts, o que representa pouco mais de 2% da capacidade instalada no país.

Em que pese a dependência do país na importação de energia, que alcançou pouco mais de US$ 10 bilhões em 2013, Kirchner comemorou o aumento do consumo no país.

Segundo ela, o consumo per capita no país é quatro vezes superior ao de um brasileiro.

"E sabem por quê? Porque vocês têm muitas coisas em casa que precisam ligar à tomada. Porque têm geladeira, máquinas de lavar, três aparelhos de ar-condicionado..."

DIREITOS HUMANOS

A presidente não fez nenhuma referência à marcha dos promotores de Justiça, marcada para o fim da tarde desta quarta (18).

Afirmou apenas que a Argentina é um país livre, onde se respeitam os direitos humanos e as pessoas que cometem crimes são julgadas e condenadas segundo a lei. "Isso é um regime democrático."

"Tenho muito orgulho porque posso ir a qualquer país do mundo, inclusive aos que mantêm prisões clandestinas e aos que lançam mísseis sobre populações civis, e dizer que, na Argentina, impera a lei e que nenhum argentino pode ser preso sem que seja por ordem de um juiz."

CHINA

Kirchner aproveitou para tratar dos acordos da Argentina com a China, que enfrentam críticas de empresários e sindicalistas do país. O temor é que os chineses tragam mão de obra e equipamentos próprios e tomem mercado de produtos fabricados no país.

A presidente afirmou que a Argentina está fazendo acordos com os chineses porque são vantajosos e criticou lideranças empresariais que os condenam.

"Fazemos alianças estratégicas com diferentes países. Se outras potências quiserem oferecer os mesmos investimentos, as mesmas condições de financiamento, estaremos abertos. Mas não vão nos impor nada", afirmou.

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