A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, dá a largada, neste sábado (25), à campanha para as eleições parlamentares de outubro próximo, de olho na disputa presidencial de 2015. A festa preparada pelo governo vai durar todo o dia até à noite com uma mobilização popular, que pretende reunir 500 mil pessoas na Praça de Maio, tradicional palco das grandes manifestações no país. Além do discurso da presidente, por volta das 20 horas, haverá um festival de música e uma das atrações anunciadas é a banda brasileira Os Paralamas do Sucesso.
A data de hoje é marcada por dois fatos históricos: os 203 anos da Revolução de Maio, quando os argentinos expulsaram o governo espanhol e criaram a primeira junta governante nacional; e os 10 anos do "kirchnerismo", movimento político liderado por Néstor Kirchner (2003-2007), e sucedido pela mulher, Cristina Kirchner (2007-2015).
Com o slogan "a década ganha", a presidente instalou a campanha sobre a necessidade de aprofundar o "modelo" de administração aplicado nos últimos 10 anos, o qual "resgatou o país do inferno", como costuma referir-se à chegada do kirchnerismo ao poder, em 25 de maio de 2003, quando foi eleito o marido dela. "Este modelo é uma aposta ao trabalho, à inovação tecnológica, ao valor agregado, aos jovens e à recuperação da Argentina", disse o chefe de Gabinete da Presidência, Juan Manuel Abal Medina.
"A década ganha" será expressada na Praça de Maio, palco de históricas mobilizações populares no país, pelos movimentos kirchneristas Unidos y Organizados, La Cámpora, Movimiento Evita Kolina, Corriente Nacional Descamisados, Martín Fierro, Peronismo Militante, Miles e Nuevo Encuentro. Também vão levar o apoio ao governo, os sindicatos e líderes políticos aliados. A ideia da Casa Rosada é mostrar a potência do governo para atrair votos nas eleições que vão renovar metade do Senado e um terço da Câmara.
"Vamos reunir mais de meio milhão de pessoas", disse o deputado Fernando "Chino" Navarro, um dos líderes do Movimiento Evita. O número estimado é ainda menor ao mobilizado no dia 18 de abril, quando o governo sofreu o quarto panelaço desde outubro do ano passado. O chamado 18A, pelas iniciais da data, reuniu cerca de um milhão de pessoas, conforme estimativas do governo portenho (da Capital Federal).
O líder do movimento kirchnerista de jovens, La Cámpora, Andrés "Cuervo" Larroque, também fez finca-pé na grande mobilização deste sábado, como compensação pelos panelaços sofridos, ao dizer que "muita gente vai concorrer ao ato para festejar os 10 anos de trabalho por uma Pátria com igualdade e liberdade; teremos mais 10 anos de krichnerismo pela frente".