A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deu início nesta terça-feira (21), às 18 horas, a uma série de audiências com os governadores, aliados e opositores, dentro de sua proposta de diálogo, após a derrota nas eleições parlamentares no dia 28 de junho. O primeiro da lista será o opositor Maurício Macri, prefeito de Buenos Aires, Capital Federal, do vitorioso partido PRO, que derrotou o ex-presidente Néstor Kirchner, no último pleito eleitoral.
Cristina vai escutar muitas queixas sobre o repasse de recursos da União às Províncias, que andam com a situação financeira abalada. Os reflexos da crise financeira internacional somados ao conflito entre o governo nacional com o setor agropecuário e a pior seca dos últimos 30 anos. Macri é chefe do governo da cidade de Buenos Aires e reivindica, principalmente, recursos para obras de transporte e segurança pública. Além de pedir recursos, Macri vai discutir também com a presidente a possibilidade de adoção de políticas conjuntas para segurança, saúde, educação e turismo (fortemente afetado pelos efeitos da gripe A H1N1). O partido de Macri, PRO, que se aliou com os peronistas dissidentes, elegeu 47 deputados e conquistou um peso importante nas negociações na Câmara a partir de 10 de dezembro, quando assumem os novos parlamentares.
A maioria dos distritos apresenta déficit fiscal, mas a situação mais grave é a da Província de Buenos Aires, comandada pelo governador Daniel Scioli, a maior e mais importante do país, que necessita de cerca de 4 milhões de pesos (mais ou menos R$ 2 milhões) para fechar as contas até o final do ano. Cerca de 70% da dívida provincial é com a União, o que pode transformar o diálogo em uma ferramenta de negociação e condicionamentos entre o governador e a presidente. As reuniões de Cristina com Maurício Macri e demais governadores estão no centro das atenções, a partir desta terça-feira, porque elas poderão sinalizar se vai haver ou não alguma mudança do governo argentino com relação às políticas públicas.
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