A presidente argentina, Cristina Kirchner, comandou ontem um ato de comemoração dos 30 anos da Guerra das Malvinas (Falklands para os britânicos), ocorrida entre 2 de abril e 14 de junho de 1982.
O evento foi em Ushuaia (Terra do Fogo, sul do país), considerada pelos argentinos capital das Malvinas.
A mandatária reforçou que o país seguirá reivindicando as ilhas pela via diplomática e que a presença britânica ali é ilegítima. "É uma injustiça que, em pleno século 21, ainda existam enclaves coloniais como o que temos aqui, a poucos quilômetros de distância, e que a maioria deles pertença ao Reino Unido", disse.
Cristina fez questão, porém, de distanciar-se da ditadura militar (1976-1983), que ordenou o início da guerra. "O ataque não foi uma decisão do povo argentino."
Identificação
A presidente pediu à Cruz Vermelha que ajude a identificar os mortos ainda não reconhecidos. No cemitério de Darwin, nas ilhas, muitos estão enterrados com a mensagem: "Soldado argentino, conhecido apenas por Deus".
Na noite de ontem, veteranos do conflito fizeram uma vigília na Praça de Mayo, no centro da cidade. Ali acampa também, há quatro anos, um grupo de ex-combatentes que exige pensão, apesar de ter atuado apenas na base terrestre do Exército, sem ir às ilhas.
Nos jogos de futebol da rodada, jogadores, árbitros e muitos torcedores usaram camisetas referentes à data.
No final da tarde, uma manifestação de um grupo de esquerda diante da embaixada britânica causou confusão. As pessoas queimaram bandeiras do Reino Unido e atiraram pedras e paus no edifício; foram dispersadas pela polícia com jatos de água. Um policial ficou ferido.
Britânicos
Em uma declaração emitida em Londres, o premiê britânico, David Cameron, afirmou que a Guerra das Malvinas foi um "ato de agressão" e que a ditadura argentina tentou "roubar a liberdade dos habitantes das ilhas".
O primeiro-ministro reforçou que o país não vai negociar a soberania das ilhas e disse que será respeitado o direito de autodeterminação dos "kelpers" (habitantes das Falklands).