A presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta terça-feira que os violentos saques registrados nos últimos dias em diferentes pontos do país, durante protestos policiais, não ocorrem por acaso ou contágio, mas são planejados com "precisão cirúrgica".

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"Os violentos, os antidemocráticos, os que não respeitam os valores pelos quais tantos argentinos deram sua vida, querem, sem lugar a dúvidas, nos fazer esquecer ou que desprezemos ou que não nos importemos com os valores da democracia", disse Cristina em um ato para comemorar o 30º aniversário do retorno da Argentina à democracia.

"Não sou ingênua, não acredito nas casualidades, também não acredito nos contágios. Algumas coisas que acontecem na Argentina, em determinadas datas, não são por contágio, são por planejamento, com precisão cirúrgica", acrescentou a chefe de Estado.

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Cristina lembrou que já em dezembro de 2010 e de 2011 ocorreram fatos violentos, em coincidência com a data em que a Argentina lembra sua volta à vida democrática após sete anos de sangrenta ditadura.

Há uma semana, corpos policiais de diversas províncias argentinas protagonizaram uma sequência de protestos para reivindicar aumentos salariais, deixando de prestar serviço nas ruas, o que abriu caminho para violentos saques em algumas cidades, com um saldo de oito mortos.

Vários membros da oposição pediram ao governo que cancelasse os festejos pelos 30 anos de democracia, mas Cristina disse hoje que tomou a decisão de levar adiante o ato, apesar dos fatos de violência, "em honra aos que brigaram e caíram, em honra a todos".