A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, divulgou nesta quarta-feira o valor do seu salário, após ser acusada de manter tal informação sob sigilo. A remuneração líquida de Cristina, segundo o contracheque de dezembro, é de 16.337,58 pesos (quantia equivalente a R$ 7 589,00). A própria presidente se encarregou de distribuir fotocópias do último holerite aos jornalistas credenciados na Casa Rosada, durante os cumprimentos oficiais pelo Natal e ano-novo.
A atitude da presidente foi uma resposta à denúncia do jornal La Nación de que a Secretaria Geral da Presidência havia negado essa informação à Associação pelos Direitos Civis (ADC). Segundo a reportagem, o pedido da organização não-governamental foi feito em agosto passado, durante o início do processo judicial que investiga o aumento de 158%, em um ano, do patrimônio de Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
Cristina disse aos jornalistas que não recebe 13º salário e comentou que a recompensa por seus serviços é inferior à pensão vitalícia de ex-presidente que seu marido recebe todos os meses. Segundo a declaração de renda de Néstor Kirchner, a pensão gira em torno de 27 mil pesos mensais, ou R$ 12.527,00.
Na última segunda-feira, os Kirchner foram absolvidos, em primeira instância, da acusação de enriquecimento ilícito. Mas o caso ainda deve chegar à Corte Suprema, equivalente ao Supremo Tribunal Federal, instância máxima do Poder Judiciário.
Cristina aproveitou os últimos dias do ano para romper o hábito de não falar com a imprensa e concedeu algumas entrevistas a diferentes programas de rádio e televisão. Em uma delas, comentou sobre o jantar que ofereceu aos empresários, na noite desta terça-feira, na residência oficial. "Vi muita gente com muita vontade de fazer coisas; tendo uma visão comum de que o pior da crise, que veio de fora, já passou e vamos ter um 2010 muito bom", afirmou.
A presidente insistiu em pregar a união de todos os empresários e trabalhadores para que o país cresça. "Sou uma presidente que não quer dividir os empresários, mas sim que necessita de todos eles unidos, e os trabalhadores também, que são as duas pontas", afirmou em resposta às reportagens publicadas pela imprensa de que os empresários mais críticos ao governo não foram convidados para o encontro. Também ressaltou que 2009 foi melhor que o ano passado para a maioria dos empresários.
Para não fugir de seu rotineiro ataque contra a imprensa, Cristina voltou a reclamar das reportagens críticas ao seu governo. "Este ano, que foi o pior ano do mundo, a Argentina vai ter superávit comercial recorde e isso não foi por causa de vento a favor, mas sim por medidas tomadas pelo governo. Tivemos muito vento contra e alguns veículos de comunicação bastante contra", reclamou.
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