A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse nesta quinta-feira (22) duvidar da tese de suicídio para explicar a morte de um promotor que a acusava de encobrir os autores de um atentado antissemita.
Em declarações, publicadas em suas contas em redes sociais, a presidente sustenta que as acusações contra sua pessoa não têm fundamento e que o promotor havia sido usado para atingir o governo.
"Os espiões não eram espiões. As perguntas se tornam certeza. O suicídio (sobre o que estou convencida) não foi suicídio", disse Cristina em sua página no Facebook.
"A acusação de Nisman não somente cai, mas constitui um verdadeiro escândalo político e jurídico", acrescentou.
O promotor Alberto Nisman foi encontrado em seu apartamento no domingo com um tiro na têmpora, em um caso ainda não esclarecido, mas os investigadores suspeitam que possa mesmo ter sido um suicídio. Alguns funcionários do governo argentino sugeriram que a morte pode ter sido um suicídio instigado.
Nisman deveria apresentar na segunda-feira a deputados sua denúncia e supostas provas contra a presidente e o chanceler argentino, Héctor Timerman. "Usaram ele enquanto estava vivo e depois precisavam dele morto. É assim triste e terrível", disse Cristina em seu site oficial.
Nisman, de 51 anos, acusava o governo de ter feito um acordo com o Irã para acobertar os iranianos acusados de conduzir o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina em 1994, quando 85 pessoas morreram em Buenos Aires.
O governo acredita que a denúncia de Nisman foi incentivada por agentes dispensados dos serviços de inteligência argentinos, que poderiam estar também envolvidos na morte do promotor.
A íntegra da denúncia de Nisman foi trazida a público na terça-feira pela Justiça argentina, por meio do Centro de Informação Judicial.
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