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Alerta

Cristina Kirchner não pode escolher o populismo, alerta Washington Post

Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar (Foto: Roberto Custódio/JL)

"A Argentina de Cristina Fernandez de Kirchner é capaz de evitar outra quebra?", perguntava-se nesta terça-feira o influente jornal The Washington Post em um editorial sobre a vitória eleitoral da primeira-dama argentina, num texto em que também denunciava a utilização de recursos do Estado para sua campanha eleitoral e a "manipulação" por parte do governo dos números da inflação.

"Cristina Fernandez de Kirchner foi eleita presidente da Argentina neste domingo em eleições relativamente livres e justas", começava o artigo, acrescentando que a presidente eleita "foi nomeada por seu marido, o atual presidente Néstor Kirchner, que injetou recursos do Estado na campanha" eleitoral da mulher.

O jornal de circulação nacional sustenta que "os Kirchner (...) manipularam os números da inflação e obrigaram os supermercados a manter os preços baixos" durante a campanha.

"Agora a senhora Fernandez de Kirchner, que fez sua campanha sem participar de um debate e sem dar uma entrevista coletiva, deve tomar uma decisão crucial", advertiu o Washington Post.

"Ela pode usar seu mandato para dar à economia o remédio amargo de que necessita, incluindo aumentos dos preços da energia e das taxas de juros, um novo cálculo do valor da moeda e uma reconciliação com o Fundo Monetário Internacional, que tem a chave para novos investimentos estrangeiros. Ou pode continuar o rumo populista de seu marido até que provoque outra quebra" do país, alertou o Post.

O jornal afirma que a "Argentina e o partido Peronista da senhora Fernandez de Kirchner ainda não aprenderam as lições da história do país" que durante o século XX "viveu ciclos de boom (econômico) e quebras", e acrescenta que "isso poderia fazer os próximos anos mais turbulentos".

"A senhora Fernandez de Kirchner é acostumada à política e tem mais interesse no mundo exterior do que seu antecessor. Mas seria uma agradável surpresa se ela evitasse repetir a história", concluiu o jornal.

Cristina Fernandez de Kirchner foi eleita presidente com quase 45% dos votos válidos, segundo números oficiais.

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