A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, "está com muito bom ânimo", segundo o secretário da Presidência, Oscar Parrilli, em meio à polêmica sobre seu estado de saúde. Em entrevista a rádios de Buenos Aires, Parrilli disse que a ordem da presidente aos seus funcionários foi a de "contar tudo" sobre a operação da última quarta-feira (4), que não confirmou a informação do governo de que Cristina teria um câncer na tireoide.
Parrilli confirmou que a presidente receberia nesta segunda-feira (9) à tarde a visita do cirurgião Pedro Saco, que a operou, para revisão pós-cirúrgica. Após essa consulta, a presidente Cristina poderá antecipar seu retorno ao trabalho que estava previsto para o próximo dia 24, segundo uma fonte da Casa Rosada. "A mudança do diagnóstico favorece o retorno ao trabalho, já que a presidente se sente muito bem e está totalmente recuperada", disse a fonte.
Erro de comunicação
O secretário reclamou das suspeitas levantadas pela imprensa, especialmente contra o Clarín, sobre um erro no anúncio do diagnóstico inicial de câncer. "Quando tivemos a informação completa sobre a doença, e quando, felizmente, não sofria de câncer, se rebelam contra a realidade. E, quando a realidade não está de acordo aos seus interesses econômicos e políticos, tentam tergiversá-la", acusou Parrilli.
Ele argumentou que, além do diagnóstico inicial de carcinoma papilar do último dia 22 de dezembro, houve uma tomografia computadorizada, na qual se constatou que "não havia ramificações, não havia metástase".
"Tudo foi absolutamente informado de acordo aos fatos ocorridos" disse Parrilli sem reconhecer que houve um erro da comunicação oficial, já que foi anunciada a existência de um câncer, antes de sua confirmação. O secretário da Presidência repetiu o argumento "do fato médico que ocorre em 2% dos casos" de exames que dão como certo o câncer na tireoide, mas que após a cirurgia a biopsia determina que não há células cancerígenas. Cristina "é parte desses 2% e isso tem que nos deixar alegres", disse Parrilli explicando que o caso da presidente é uma das poucas exceções.
Punção
Os especialistas em câncer de tireoide afirmam que o resultado da punção que determina o diagnóstico inicial é, em algumas casos, "indeterminado", como explicou o diretor da Divisão de Endocrinologia do hospital Durand e presidente da Sociedade Latino-Americana de Tireoide, Marcos Abalovich.
Segundo ele, a mudança de diagnóstico, após a cirurgia que retirou a glândula e constatou a ausência de células cancerígenas, "foi uma surpresa relativa". O exame prévio é "altamente confiável", mas o resultado final só pode ser determinado pela biopsia realizada após a cirurgia, detalhou o médico.
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