A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, sancionou ontem a lei que expropria as ações da espanhola Repsol na petroleira YPF. A medida, que foi anunciada no dia 16, foi aprovada pelo Senado no último dia 25 e pela Câmara na quinta-feira.
Em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, Cristina agradeceu novamente o apoio da oposição para a aprovação da medida, que tem a intenção de "recuperar um instrumento básico, além dos matizes e lógicas dos partidos".
"Pela primeira vez temos uma lei votada com ampla maioria como não acontecia desde 2003", afirmou.
No ato de assinatura, feito na Casa Rosada, compareceram ministros, governadores das províncias petroleiras e parlamentares nacionais, além de artistas alinhados com o governo.
O projeto de expropriação causou irritação para a Espanha e outros parceiros comerciais europeus, que ameaçaram sancionar o país pela medida. No entanto, a medida foi aplaudida pelos argentinos, que apontam as privatizações do governo Menem (1989-1999) como causa da crise financeira de 2001.
O projeto declara de "utilidade pública e sujeita a desapropriação" a fatia de 51% das ações da YPF em poder da Repsol, titular de uma participação total de 57,43% na petrolífera argentina, cujos outros sócios são o grupo argentino Petersen (25,46%) e o Estado argentino (0,02%), enquanto os 17,09% restantes cotam nas bolsas de valores de Buenos Aires e Nova York.