Cristina Kirchner: cirurgia dia 4 de janeiro e recuperação até dia 24| Foto: Reuters

Denúncia

Governo esconde auditorias

Centenas de relatórios da Au­­ditoria Geral da Nação (AGN), or­­ganismo que fiscaliza os gastos da Administração Pública da Ar­­gentina, estão parados no Con­­gresso à espera de análise para votação, informa o jornal La Na­­ción. Com maioria governista na Câmara e no Senado, o governo de Cristina Kirchner manteria engavetados 432 relatórios, já que a maioria diz respeito a al­­gum tipo de irregularidade em diferentes áreas do governo.

De acordo como jornal, os expedientes paralisados incluem investigações sobre organismos que protagonizaram ou protagonizam casos em­­blemáticos de suspeitas de corrupção, como o que controla as concessões de rodovias (Occovi) ou a Administração de Progra­­mas Especiais.

O primeiro ficou conhecido como o "caso da maleta" contendo US$ 800 mil, com a qual o em­­presário venezuelano Antonini Wilson tentou entrar no país sem declarar, em plena campanha para eleger Cristina em 2007. O segundo envolve o re­­cen­­te processo da "máfia dos medicamentos", que denunciou desvio de recursos dos trabalhadores por sindicatos e o uso de remédios falsos.

As auditorias envolvem setores de comunicações, transporte, água e energia, segurança social, dívida pública, transferência de recursos às províncias, municípios e setor privado e bancos pú­­blicos.

O curioso do engavetamento dos relatórios é que a maioria governista no Congresso só foi recuperada nas eleições de outubro passado.

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Exames detectaram um câncer na glândula tireoide da presidente da Argentina, Cristina Kirchner. De acordo com o porta-voz da presidência Alfredo Scoccimarro, ela vai tirar licença entre os dias 4 e 24 de janeiro para realizar uma cirurgia a fim de remover o tumor.

O câncer foi identificado du­­rante exames de rotina no último dia 22 e, por ser localizado, não compromete os gânglios linfáticos, informou Scoc­­cimarro, em anúncio feito na noite de on­­tem.

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No período em que Cristina estará de licença, a Presidência do país será ocupada pelo vice, Ama­­do Boudou. Este é o quinto caso de câncer em presidentes da América Latina, a mesma doença já acometeu os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, Fernando Lugo, do Paraguai, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do Brasil.

De acordo com Scoccimarro, ontem foram realizados exames específicos e se constantou que os gânglios linfáticos não estão comprometidos e que não há metástase. "Foi concluído que a doença se limita a glândula mencionada e, para o tratamento da mesma, será realizada uma cirurgia", disse Scoccimarro.

A cirurgia está marcada para o dia 4 de janeiro, uma quarta-feira, no hospital Austral de Pilar. O tempo total de internação será, provavelmente, de 72 horas, enquanto o período de convalescência deve durar 20 dias.

O médico responsável pela cirurgia será Pedro Saco, chefe do Departamento de Cirurgia no hospital Austral e integrante também do Instituto de Oncologia Doutor Angel Roffo.

Baixas no governo

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O governo argentino enfrentou baixas recentes nos seus quadros; O cônsul adjunto da Argentina na Bolívia, Antonio Deimundo Es­­cobal, foi encontrado morto ontem em Yacuiba, extremo sul boliviano, fronteira com a província argentina de Salta.

A morte foi confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores da Argentina. "As autoridades do Estado Plurinacional da Bolívia iniciaram todos os procedimentos legais necessários diante desta lamentável circunstância", disse uma nota do ministério.

De acordo com a chancelaria, as autoridades de ambos os países estão tomando as providências para repatriar o corpo do diplomata, que foi encontrado pela polícia boliviana por volta das 10 horas da manhã, em um dormitório no terceiro andar do edifício onde funciona o consulado.

Versões da imprensa atribuídas à polícia da Bolívia, indicam que a morte por enforcamento teria ocorrido há dois ou três dias. Escobal havia assumido o cargo há uma semana.

Foi a segunda morte em sete dias no governo de Cristina. Na semana passada, em Montevidéu, funcionários de um hotel cinco estrelas, onde se hospedava a delegação argentina, encontraram o corpo do subsecretário de Comér­­cio, Iván Heyn, de 34 anos.

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