A justiça argentina decretou o julgamento por lavagem de dinheiro da ex-presidente Cristina Kirchner e de seus dois filhos, entre outros acusados, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira (3). O julgamento, que será oral e público, foi determinado pelo juiz Julián Ercolini e se refere ao chamado caso "Los Sauces", no qual a ex-presidente e seus filhos, o deputado Máximo Kirchner e sua irmã Florencia são acusados.
Segundo a investigação, a locação de propriedades da empresa Los Sauces S/A, da família Kirchner, era uma forma de encobrir a propina pedida pela mandatária nas licitações vencidas por empresários como Cristóbal López e Lázaro Báez, ambos presos.
De acordo com a acusação, Cristina liderou, entre janeiro de 2009 e março de 2016, uma associação ilegal que executou "um esquema para reciclar fundos de origem ilícita através da Los Sauces S.A.". Máximo está sendo processado como suposto organizador do esquema e Florencia, como integrante.
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A acusação alega que, com esse esquema, Cristina "conseguiu lavar uma parte do dinheiro de procedência ilegal que foi canalizado por empresas do grupo Báez Indalo (...), através da atividade imobiliária e hoteleira". No total, outras 18 pessoas serão julgadas juntamente com os Kirchners.
Embora o julgamento ainda não tenha data, deverá começar no próximo ano. Em fevereiro, ela terá de enfrentar a justiça no caso sobre o direcionamento de licitações de obras públicas.
Atual senadora, Cristina é a política de oposição com maior apoio, de acordo com as pesquisas para as eleições presidenciais de 2019, em que o presidente Mauricio Macri buscará um segundo mandato na Casa Rosada. A ex-presidente, que acumula sete processos, afirma que é inocente e que as acusações contra ela pretendem bani-la da atividade política.
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