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Em plena campanha e na véspera de seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-damaargentina e candidata à Presidência de seu país, Cristina Fernández de Kirchner, transformou terça-feira a inauguração de uma fábrica da empresa brasileira Paquetá num comício eleitoral, do qual participou, também, o presidente Néstor Kirchner. Na pequena cidade de Chivilcoy, localizada a 160 quilômetros de Buenos Aires, a candidata argentina visitou a fábrica de calçados brasileira e, perguntada sobre a importância de sua reunião com Lula, assegurou que o Brasil "é nosso principal sócio".

Cristina chega nesta quarta-feira a Brasília disposta a apresentar suas propostas de governo. Ela não deverá receber o apoio público do presidente Lula, embora, nos bastidores, a mulher do presidente argentino seja a preferida do Palácio do Planalto. Segundo fontes próximas ao presidente e da área diplomática, Lula dirá "palavras amáveis" a Cristina Kirchner, lembrará que, nos últimos três anos, nunca as relações entre Brasil e Argentina foram tão boas e, num claro recado a ela e aos demais candidatos, dirá que espera que essa boa vizinhança não mude.

Cristina concorda com a possível mensagem do presidente:

- Amanhã (quarta-feira) vamos ao Brasil. Como não vai ser importante, somos os principais sócios do Mercosul, vocês acham pouco? - disse Cristina a um grupo de jornalistas brasileiros.

Candidata faz críticas à oposição

A primeira-dama e senadora fez estas únicas declarações à imprensa brasileira ao final do comício.

No comício, próximo à fábrica, Kirchner fez um rápido discurso de despedida e deu a palavra à mulher, favorita para vencer as eleições de 28 de outubro, de acordo com diferentes pesquisas de opinião.

- Quero dizer de coração, obrigado e até logo. Estou muito contente, mas vou me fazer de apresentador. Sei que ela não vai gostar. Mas quero chamar a Cristina, que vai ser presidente de todos os argentinos.

Depois de dizer ao presidente, em tom de brincadeira, "te mato", a candidata discursou, com críticas à oposição. No palanque, acompanhada por outras autoridades do atual governo, ela criticou a oposição:

- Muitos diziam que (a recuperação econômica) era só um verãozinho. Mas o tempo mostrou que não.

- Voltamos a construir a confiança e a auto-estima dos argentinos. E fizemos isto juntos. E juntos somos invencíveis - disse.

Segunda-feira, o jornal "La Nación" informou que desde que o presidente Néstor Kirchner chegou ao poder há quase quatro anos e meio, 101 funcionários e ex-funcionários do governo foram indiciados e processados, a maioria por corrupção. A informação não foi comentada pela Casa Rosada, que, em plena campanha eleitoral e com Cristina como grande favorita, evita polemizar com a imprensa.

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