A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, obteve ontem sua reeleição ao vencer as eleições com 55 por cento dos votos, segundo uma pesquisa de boca-de-urna encomendada pelo governo. O governador socialista de Santa Fe, Hermes Binner, ficou em segundo, com 15 por cento dos votos, de acordo com a sondagem realizada com base em 30 mil entrevistas os votos estavam sendo apurados até o fechamento desta edição. Segundo o jornal argentino Clarín, Cristina ganhou com 40 pontos percentuais de diferença para o segundo colocado. Essa seria a maior diferença que já registrada na história argentina entre o primeiro candidato e o segundo desde 1916.
Confirmada no cargo, a presidente deve receber um forte apoio popular para continuar suas políticas intervencionistas, que a maioria dos argentinos aprovam, mas que geram fortes críticas de empresários e investidores. Cerca de 28,8 milhões de pessoas estavam habilitadas para votar nas eleições em que, além do presidente e vice-presidente, serão eleitos nove governadores provinciais, 130 deputados e 24 senadores.
Cristina emitiu seu voto às 11h43 da manhã (12h43 de Brasília), em uma escola de Río Gallegos, província natal do ex-marido, Néstor Kirchner, onde se encontra a residência oficial da família. Diante de uma multidão que a esperava para votar, além de dezenas de profissionais de imprensa, Cristina cumprimentou cada um dos mesários e assistentes, fez pose para os fotógrafos ao votar e passou vários minutos posando para fotografias com os fãs.
O socialista Hermes Binner votou em Rosario, capital da província de Santa Fe, governada por ele. Confiante em obter um resultado acima de 15%, máxima projeção de intenção de votos conforme as pesquisas, Binner afirmou, ontem, que "é preciso ver o resultado primeiro, antes de falar".
Maioria
A eleição permitiria que o bloco peronista liderado por Cristina recupere o controle do Congresso, com maioria própria ou com a ajuda de aliados. Ao votar na província de Santa Cruz, a presidente defendeu suas políticas, dizendo que o país obteve um crescimento sólido em meio à turbulência econômica global. "Quando você olha o que está acontecendo no mundo, pode se sentir muito orgulhoso por ser argentino", disse ela, vestida de preto.
Cristina Kirchner, que deu ao Estado um papel determinante na economia, sofreu baixos níveis de aprovação e protestos enfurecidos de agricultores e eleitores de classe média no começo de seu mandato. Mas a morte repentina do marido Nestor há um ano provocou a solidariedade do público, que lhe deu impulso nos níveis de aprovação, que ela vem conseguindo manter. Segundo a lei eleitoral argentina, os candidatos têm vitória garantida em primeiro turno se conquistarem mais de 45 por cento dos votos.