A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, partiu nesta quinta-feira rumo à Itália, onde deve reunir-se com o papa Francisco, com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cristina viaja acompanhada pelo chanceler argentino, Héctor Timerman, e o secretário de Comunicação Pública, Alfredo Scoccimarro.
O ponto alto da viagem será a reunião com Francisco, que acontecerá no domingo e que será previsivelmente o último encontro do pontífice com Cristina como chefe de Estado, já que em dezembro ela deixará o poder após cumprir os dois mandatos consecutivos permitidos pela Constituição.
A reunião com o papa acontecerá um mês antes do início formal na Argentina da campanha eleitoral para as primárias de agosto, nas quais se definirão os candidatos que poderão concorrer nos pleitos presidenciais de outubro.
Ao contrário de encontros prévios, como a última visita oficial de Cristina ao Vaticano, em setembro do ano passado - quando almoçou com Francisco na residência Santa Marta -, desta vez a governante será recebida em um salão próximo à sala de audiências Paulo VI.
A mudança obedece a uma decisão do próprio Francisco de evitar que sua figura, cuja influência é inegável na Argentina, seja um fator de incidência no complexo cenário político de seu país natal.
O papa já tinha decidido excluir a Argentina dos destinos sul-americanos que visitará este ano para não influenciar na campanha, mas resolveu também impor certas condições para seus encontros com políticos argentinos depois que essas reuniões foram utilizadas pelos próprios visitantes para promover-se.
Trata-se do quinto encontro entre Cristina e Francisco desde que ele se tornou papa em 2013, em uma nova demonstração de que se superaram as tensões que dominavam a relação entre os Kirchner e Jorge Mario Bergoglio durante seus tempos à frente da Arquidiocese de Buenos Aires.
Na Itália, Cristina também terá um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para sábado. Ambos serão oradores na 39º conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), realizada em Roma.
Antes de retornar à Argentina na segunda-feira, a governante almoçará com o presidente da República da Itália, Sergio Mattarella.