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Assistência

Cristina lança bolsa-família condicionada à matrícula

Cristina Kirchner durante visita a Santiago, Chile: oposição acusa presidente de buscar voto com assistencialismo | Martin Bernetti/AFP
Cristina Kirchner durante visita a Santiago, Chile: oposição acusa presidente de buscar voto com assistencialismo (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Buenos Aires - Com baixos índices de aprovação entre a classe média, o governo da Argentina lançou ontem um pacote assistencial de 9,9 bi­­lhões de pesos (US$ 2,6 bilhões) direcionado a crianças e adolescentes cujos pais estejam desempregados ou no mercado informal de trabalho.

Com a medida, a presidente Cristina Kirchner reforça o elo com os setores mais pobres da sociedade, entre os quais o respaldo ao governo é maior. Esti­­ma-se que 4 milhões de crianças e adolescentes estejam aptos a receber o benefício.

Os pais terão direito a 180 pes­­os mensais (US$ 47) por filho me­­nor de 18 anos ou portador de deficiência, até um máximo de cinco dependentes. Nos moldes do Bolsa Família brasileiro, o pa­­gamento do benefício será condicionado ao cumprimento da cartela de vacinação e da matrícula escolar.

A oposição classificou a iniciativa como clientelista e de servir ao suposto objetivo do casal Kirchner – Cristina e seu marido e ex-presidente, Néstor Kirch­­ner (2003-2007) – de vencer a eleição presidencial de 2011.

A fonte de financiamento do programa também foi questionada – os recursos dos fundos de previdência privada obrigatória, estatizados em 2008 sob fortes críticas da oposição. Incorpo­­rados ao caixa estatal, os recursos vem financiando anúncios do governo.

Embora o anúncio tenha sido criticado pela oposição, iniciativas como a anunciada ontem vinham sendo reivindicadas por lideranças avessas ao kirchnerismo e pela Igreja Católica, que cunhou a expressão "escândalo da pobreza’’ para definir a situação do país.

Na quarta-feira, quando Cris­­tina enviou ao Congresso um projeto de reforma política, ad­­versários políticos disseram que havia problemas mais ur­­gentes no país, como a atenção a crianças e a adolescentes pobres.

Cristina pediu ontem a "co­­laboração de todos, sem desafios, insultos ou desqualificação, mas com ideias que possam ser postas em prática’’ pa­­ra "melhorar a distribuição de renda na Argen­­tina’’.

O programa assistencial lançado ontem é o segundo grande investimento que Cristina anun­­cia, em menos de três me­­ses, pa­­ra a erradicação da pobreza. De­­fine a ação como uma resposta ao neoliberalismo da era Car­­los Menem (1989-1999). Em agosto, anunciou o investimento de US$ 400 milhões na geração de 100 mil empregos.

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