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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que as Ilhas Malvinas “são britânicas e continuarão sendo britânicas”, numa sessão do Parlamento do país nesta quarta-feira (9).
Starmer tem sido muito criticado pela oposição conservadora após ter anunciado na semana passada um acordo para entregar às Ilhas Maurício a soberania do arquipélago de Chagos, que o país do Oceano Índico reivindica desde que deixou de ser uma colônia britânica em 1968.
O parlamentar conservador Andrew Mitchell acusou a gestão trabalhista de entregar um “ativo militar estratégico fundamental a um Estado que nunca o controlou e com o qual o povo chagossiano sente pouca afinidade, se é que sente alguma”.
Mitchell também afirmou que a decisão ajuda “inimigos” e “enfraquece a rede estratégica dos interesses de defesa do Reino Unido”. Chagos têm entre suas ilhas a de Diego Garcia, onde há uma base militar britânica e dos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, Starmer alegou até razões pessoais para manter a soberania britânica sobre as Malvinas, contestada pela Argentina.
“Meu tio quase perdeu a vida quando seu navio foi torpedeado defendendo as Malvinas”, disse, em referência à guerra entre argentinos e britânicos pelo arquipélago em 1982, vencida por Londres.
“As ilhas são britânicas e continuarão sendo britânicas. É pessoal para mim. A soberania de Gibraltar também não será negociada”, acrescentou.
O presidente da Argentina, Javier Milei, a exemplo dos seus antecessores peronistas, cobra a soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago.
Em setembro, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, acusou as Nações Unidas de não cumprirem “a sua missão de defender a soberania territorial dos seus membros, como nós, argentinos, sabemos em primeira mão em relação às Ilhas Malvinas”.
Em abril, quando foi anunciada a construção de uma base naval conjunta com os Estados Unidos na província da Terra do Fogo, no extremo sul do país, Milei disse que seria “o primeiro passo para começar a pensar na recuperação das Malvinas”.
Em um referendo realizado em 2013 com habitantes das Malvinas, 99,8% dos moradores do arquipélago disseram que preferiam que este mantivesse o status de território ultramarino britânico.