Croatas lamentaram este sábado que o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic tenha morrido na prisão antes de ser condenado por sua participação nas guerras da Bósnia e da Croácia.
"É lamentável que Milosevic não tenha sobrevivido até o fim de seu processo para receber a pena que merecia", informou o presidente da Croácia Stjepan Mesic em comunicado.
Todos os programas de rádio e TV informaram rapidamente a notícia da morte de Milosevic, ocorrida dentro de sua cela no Tribunal Penal das Nações Unidas, em Haia.
No entando, poucos funcionários do alto cargo do governo fizeram comentários imediatamente.
- Não diremos mais nada. Não queremos dar mais espaço nem dignidade a este homem - disse uma fonte do gabinete presidencial à Reuters.
Milosevic era acusado de atuar criminalmente, de forma consciente, "contra a população croata e o restante da população não-sérvia, entre agosto de 1991 e junho de 1992, e de obrigá-las a se retirar de um terço da República Croata", que faria parte de um novo Estado dominado pelos sérvios, segundo seus planos.
Por isso, pesavam sobre ele dez acusações de crimes contra a Humanidade e 22 de crimes de guerra pela expulsão de "pelo menos 170 mil croatas e cidadãos não-sérvios, pelo assassinato de centenas de civis não-sérvios, e pela prisão de milhares deles em condições desumanas".