Homem ferido por bombardeio é tradao em chão de hospital na cidade de Beit Lahia, no Norte de Gaza| Foto: Mohammed Abed/AFP
Palestino passa por muro destruído por ataque aéreo em Rafah, no sul de Gaza: bombardeios serão interrompidos a cada dois dias como trégua humanitária
Palestinos choram sobre os corpos de crianças no funeral realizado na Faixa de Gaza
Palestina coleta seus pertences em meio aos escombros de sua casa destruída em Rafah, na Faixa de Gaza
Veja também
  • Israel realiza nova trégua de 3 horas na Faixa de Gaza
  • Foguetes são disparados do Líbano; Israel revida
  • Condoleezza Rice pressiona Israel a "considerar seriamente" cessar-fogo
  • Leia a cobertura completa sobre a ofensiva na Faixa de Gaza
  • Mundo pressiona Israel a aceitar trégua; combates recomeçam
  • Número de mortos nos ataques de Israel à Faixa de Gaza passa de 700
CARREGANDO :)

Equipes humanitárias encontraram quatro crianças famintas sentadas ao lado das suas mães mortas e de outros cadáveres em uma casa da Cidade de Gaza bombardeada por forças israelenses, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha nesta quinta-feira (8), acusando Israel de violar o direito humanitário internacional na região.

O CICV acusou Israel de impedir o pronto acesso de ambulâncias à área atingida, e exigiu mais segurança para a retirada de feridos por parte do Crescente Vermelho Palestino.

Publicidade

"Trata-se de um incidente chocante", disse Pierre Wettach, diretor do CICV para Israel e os territórios palestinos.

"Os militares israelenses devem estar cientes da situação, mas não assistiram os feridos. Nem possibilitaram que nós ou o Crescente Vermelho Palestino assistamos os feridos", disse.

Em termos mais fortes do que o habitual, a Cruz Vermelha, que é neutra nos conflitos, disse que Israel estaria violando o direito internacional. "O CICV acredita que, neste caso, os militares israelenses deixaram de cumprir sua obrigação, sob o direito humanitário internacional, de cuidar dos feridos e retirá-los. (O CICV) considera inaceitável a demora em autorizar o acesso dos serviços de resgate."

Israel nega

Em uma resposta escrita, o Exército de Israel disse que realiza um trabalho coordenado com organismos de ajuda internacional para dar assistência aos civis e que "de nenhuma maneira atinge intencionalmente civis".

Publicidade

Uma ofensiva israelense contra o Hamas, iniciada em 27 de dezembro, está atraindo crescentes críticas da comunidade internacional devido ao elevado número de vítimas civis. Israel diz que a ação visa a impedir militantes islâmicos de dispararem foguetes contra o seu território.

Ambulâncias do Crescente Vermelho e funcionários do CICV conseguiram chegar na quarta-feira a várias casas do bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, depois de solicitarem autorização aos militares desde o fim de semana, segundo a nota do CICV.

A equipe de resgate "encontrou quatro crianças pequenas ao lado das suas mães mortas em uma das casas. Elas estavam fracas demais para se levantarem sozinhas. Um homem também foi achado vivo, fraco demais para se levantar. Ao todo havia pelo menos 12 cadáveres sobre colchões."

Em outra casa, a equipe encontrou 15 sobreviventes de um bombardeio israelense, sendo vários deles feridos. Três corpos foram achados em outra casa. Soldados israelenses postados a cerca de 80 metros de distância ordenaram que a equipe de resgate deixasse o bairro, o que o grupo se recusou a fazer, segundo a nota.

O CICV disse ter informações também de que há mais feridos abrigados em outras casas destruídas da área.

Publicidade