A Líbia mergulhou numa guerra civil, com um crescente número de civis feridos chegando aos hospitais no leste do país, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na quinta-feira.
Jakob Kellenberger, presidente da entidade, pediu às autoridades líbias que permitam o acesso de agências humanitárias às áreas no oeste da Líbia, inclusive em Trípoli, para avaliar as necessidades.
Ele também lembrou às forças do governo e aos rebeldes que lutam contra o dirigente Muamar Kadafi que, conforme o direito internacional humanitário, é proibido atacar civis, instalações médicas e ambulâncias.
"Temos agora um conflito armado não-internacional, ou o que vocês chamariam de guerra civil," disse Kellenberger em entrevista coletiva. "Vemos um crescente número de feridos chegando aos hospitais no leste, e estamos extremamente preocupados."
O CICV, uma das poucas agências de ajuda internacional presentes na Líbia, montou uma base em Benghazi, principal cidade dominada pelos rebeldes, no leste, onde ajuda a realizar cirurgias e abastecer hospitais.
Kellenberger disse não possuir cifras totais sobre o número de vítimas do conflito no país, nem relatos atualizados sobre a cidade de Zawiyah, que na quarta-feira foi cenário de uma violenta batalha e aparentemente mudou de mãos duas vezes durante o dia.
Mas ele disse que os combates se intensificaram e que os médicos locais observaram um aumento acentuado no número de vítimas, com pelo menos 22 mortos e 40 feridos em Misrata após recentes ataques aéreos. Cerca de 55 feridos foram atendidos nesta semana no hospital de Ajdabiyah, no leste.
O suíço Kellenberger disse ter ouvido de uma importante autoridade líbia, que ele não quis identificar, que não havia necessidade de ajuda externa nas áreas controladas pelo governo.
"Não sabemos quais são as necessidades humanitárias nas áreas controladas por Trípoli. Foi-me dito que tudo está sob controle, que todos os hospitais estão funcionando perfeitamente, que não há necessidade de ajuda humanitária externa," disse ele.
"Você só pode ajudar as pessoas quando tem acesso," acrescentou. "Nossa maior prioridade é ter acesso às áreas controladas por Trípoli."
As agências da ONU continuam fora da Líbia por razões de segurança, mas se dizem cada vez mais alarmadas com as notícias esparsas sobre o aumento no número de vítimas e as necessidades das cidades sitiadas.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião