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A Cruz Vermelha Internacional solicitou nesta quarta-feira (4) a demissão de Dzmitry Shautsou, que é chefe da sua filial em Belarus, devido as falas polêmicas dele sobre a transferência de crianças ucranianas para o país comandado pelo ditador Alexander Lukashenko.
A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha anunciou que a filial em Belarus tem até o dia 30 de novembro para demitir Shautsou. Caso não o faça, a recomendação será que todos os afiliados suspendam novas parcerias e financiamentos para a filial, resultando em sua exclusão da organização global.
Shautsou é acusado de ter violado o princípio de neutralidade e integridade da Cruz Vermelha. Segundo informações da Associated Press, ele foi visto publicamente vestindo uniformes militares com a insígnia “Z” das forças russas e afirmou publicamente que era “a favor da implantação de armas nucleares em Belarus”.
Shautsou também foi acusado pela Cruz Vermelha de ter apoiado a transferência forçada de crianças que estão em territórios ucranianos ocupados pelos russos para Belarus. Suas falas polêmicas a favor da transferência dessas crianças também pesaram para que a Cruz Vermelha solicitasse sua demissão.
Tanto a Ucrânia quanto a oposição a Lukashenko condenaram a transferência forçada de crianças ucranianas para Belarus, classificando-as como “deportações ilegais”.
Lukashenko, um aliado próximo de Moscou, tem permitido que seu território seja usado pelo Kremlin para enviar tropas e armas ao Exército russo que luta em solo ucraniano. As acusações de facilitação do transporte forçado de crianças têm sido veementemente negadas por Minsk.
A Cruz Vermelha Internacional, com sede em Genebra, é composta por 191 organizações nacionais, focando-se principalmente na entrega de ajuda humanitária em resposta a desastres naturais e crises.