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Comandada pelo ex-presidente mexicano Vicente Fox, uma cruzada anti-Chávez está sendo organizada no México, onde se reuniram com Fox o ex-chefe do governo espanhol, José María Aznar, e Marcel Granier, dono da RCTV, canal de televisão opositor ao presidente venezuelano que teve a concessão cancelada.

Vicente Fox, que entregou o poder no último dia 1º de dezembro a Felipe Calderón, decidiu, ao contrário de seus predecessores na presidência, manter uma atuação política direta, principalmente no âmbito internacional.

O ex-mandatário deseja presidir a Internacional Democracia Cristã e não esconde que um de seus objetivos é a luta contra o populismo na América Latina - e que seu primeiro alvo é Hugo Chávez.

Durante a administração Fox (2000-2006), as relações entre Venezuela e México chegaram ao nível mais baixo da história.

Durante a Cúpula das Américas, em Mar del Plata, Fox, que ainda era presidente, bateu de frente com Chávez, que o provocou em várias de suas intervenções, chamando-o de "cachorro" a serviço dos Estados Unidos.

Para apoiar sua nova atividade política, Fox está instalando em seu rancho de Guanajuato uma estrutura acadêmica permanente de análise política. O "Centro Fox" já recebeu contribuições de grandes industriais mexicanos.

Em maio, Fox não hesitou em fazer duras críticas a Chávez em relação ao caso da RCTV a jornalistas que visitavam as instalações do centro.

A encarregada de negócios da Venezuela no México, Eloisa Lagonell, acusou imediatamente o Centro Fox de "servir como plataforma para as ações contra-revolucionárias".

Já, Aznar, que também está em campanha contra o "populismo" de Chávez, foi ao México para dar seu apoio ao presidente Felipe Calderón, às iniciativas de seu Partido de Ação Nacional (PAN), e a Fox.

"As boas idéias resultam em líderes como Felipe Calderón, e as más em líderes como Hugo Chávez", declarou Aznar durante cerimônia em sua homenagem na sede do PAN, durante a qual instou o México a assumir um papel de liderança na América Latina.

Na tarde de terça-feira, Aznar havia comparado o populismo na América Latina ao totalitarismo comunista, durante a apresentação de um estudo internacional: "América Latina: uma agenda de liberdade".

O ex-governante espanhol apoiou, por outro lado, o direito de Fox "de expressar suas opiniões, sem que isso traga inconvenientes para seu sucessor, principalmente sendo integrantes do mesmo partido".

Sobre este último ponto há divergências entre os analistas. Alguns acreditam que Fox e a ala mais conservadora do PAN poderiam criar problemas para Calderón, que se pronunciou a favor de uma normalização das relações com a Venezuela.

Por outro lado, alguns estimam que existe uma divisão de tarefas: Vicente Fox pode dizer em voz alta o que Felipe Calderón pensa em silêncio.

Ainda na terça-feira, Aznar visitou o Centro Fox como presidente da fundação espanhola para análise e estudos sociais. "Compartilhmos dos mesmos princípios de liberdade e democracia", afirmou em um comunicado.

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