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O líder do regime cubano, Miguel Diaz-Canel
O líder do regime cubano, Miguel Diaz-Canel| Foto: Ernesto Mastrascusa/EFE

O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse nesta terça-feira (18) perante os líderes da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que a região não tem sido uma "prioridade real" para o bloco europeu e pediu que sejam impulsionadas relações “mais justas e equilibradas”.

“Acredito firmemente que podemos e devemos construir relações melhores, mais justas e equilibradas, solidárias e cooperativas para melhorar a vida de nossos povos”, afirmou Díaz-Canel durante seu discurso na sessão plenária da cúpula UE-Celac, que termina hoje, em Bruxelas.

O líder do regime cubano fez referência às "grandes expectativas" criadas em 1999, quando foi organizada a primeira cúpula entre as duas regiões: "Concordamos em avançar para uma associação estratégica entre a América Latina e o Caribe e a Europa".

"Uma avaliação honesta concluiria hoje que, além dos discursos e sonhos, a associação estratégica mencionada praticamente não existe, e em todo esse tempo a América Latina e o Caribe não foram uma prioridade real para a União Europeia", acrescentou.

Em sua opinião, uma "clara demonstração" dessa situação são os oito anos decorridos desde a última cúpula entre as duas partes.

“A América Latina e o Caribe não são mais o quintal dos Estados Unidos. Também não somos ex-colônias que precisam de conselhos, nem aceitaremos ser tratados como simples fornecedores de matérias-primas. Somos países independentes e soberanos, com uma visão de futuro comum”, frisou.

Díaz-Canel mencionou que "a pilhagem colonial e o saque capitalista converteram a Europa em credora e a América Latina e o Caribe em devedores", e que atualmente as políticas financeiras da UE "continuam a impor barreiras ao desenvolvimento" da Celac.

"Precisamos de uma ampla reforma da arquitetura financeira herdada da Guerra Fria e (do sistema monetário) de Bretton Woods e buscar soluções para o grave problema da dívida externa que pagamos várias vezes", enfatizou.

Diante de seus homólogos da UE e da Celac, o líder cubano destacou que "uma relação entre iguais deve ser baseada no diálogo respeitoso e honesto, deixando para trás ameaças e imposições".

Nesse sentido, considerou que o fato de terem se encontrado nesta terça já é “um passo positivo que deve traduzir-se em ações concretas para revitalizar e fortalecer os nossos laços”.

Por fim, o ditador também agradeceu à "posição sólida" tanto da América Latina e Caribe quanto da UE ao rechaçar o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba e a inclusão de seu país na "lista fraudulenta e unilateral de países supostamente patrocinadores do terrorismo".

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