Pinar del Rio, província colada em Havana, capital de Cuba, ainda se recupera dos estragos causados pelo Furacão Ike, há quase dois meses. A cidade de Palácio, onde reside a população pobre e campesina, ficou quase completamente destruída, segundo relato dos moradores ouvidos pelo G1. O Ike completou o rastro de destruição deixado pelo Furacão Gustav, que atingiu o solo cubano no final de agosto.
Nesta quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita Cuba e se reúne com ministros cubanos para saber como o Brasil pode ajudar na reconstrução da Ilha. Em Palácio, as pessoas perderam suas casas e seus empregos, já que o Ike destruiu a usina de álcool e os silos de armazenagem de grãos.
A maior parte dos moradores dessa região, cerca de 130 quilômetros distante de Havana, é formada por campesinos, que trabalham para o governo cubano. Suas casas, geralmente construídas em madeira e com telhados de zinco, foram completamente destruídas pelos ventos do Ike.
O trauma ainda é grande, como explicou um dos moradores locais que pegou carona no táxi da reportagem do G1 pegar carona é tradicional em Cuba, ao longo da estrada ou das ruas de Havana é comum ver pessoas esperando por motorista amigo. Ainda com as lembranças, Rafael Elia, apontava para os lados mostrando as torres de fios de alta tensão caídas ou retorcidas pelo vento.
"Ficou tudo destruído. Eu perdi minha casa. Muitos perderam. O governo ainda não conseguiu reconstruir a de todos", afirmou Elia.
A dificuldade para o governo cubano está na extensão do problema. Ao contrário dos furacões de outros anos, e inclusive do Gustav, o Ike passou por toda Ilha de Fidel Castro. Ele não percorreu o caminho tradicional e destruiu construções de uma ponta à outra de Cuba.
Ao longo da estrada é possível perceber onde já houve intervenção do governo e onde ainda não. Uma granja foi totalmente destruída pelo Ike, conta o motorista do táxi, mas já foi levantada novamente. Mas mais à frente existe outra que ainda está aos escombros. "Agora está melhor. Eu passei por aqui três dias depois do furacão e estava muito mais destruído. Havia muitas árvores no chão e mais torres de energia caídas", contou Oscar Fernandez y Fernandez.
O Brasil já enviou alguns aviões com alimentos e remédios para Cuba e pretende ajudar mais aos moradores da Ilha. Lula já discutiu o tema com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o Brasil enviará nos próximos dias um navio da marinha com 300 toneladas de arroz e 200 toneladas de leite em pó para Cuba. Posteriormente, serão enviadas mais 15 mil toneladas de arroz, segundo informações do Ministério de Relações Exteriores do Brasil.
Visita
O presidente inicia a visita a Cuba nesta quinta e se reúne com o presidente Raúl Castro no período da tarde. À noite, a Petrobras assina um acordo com a Cuba Petróleo, para prospecção em lençóis de petróleo. Depois, Lula participa de jantar com o presidente Raúl Castro.
Na sexta-feira (31), Lula inaugura o Centro de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil) em Havana.
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