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O regime comunista de Cuba, liderado pelo ditador Miguel Díaz-Canel, ameaçou prender o jornalista independente Yeris Curbelo Aguilera, colaborador da agência de notícias local Palenque Visión e do site independente CubaNet.
De acordo com informações do site CubaNet, o episódio ocorreu durante um interrogatório no Departamento de Delitos contra a Segurança do Estado do regime cubano, onde agentes policiais ameaçaram aplicar o Decreto-Lei 370 contra Curbelo Aguilera.
O Decreto-Lei 370 de Cuba é uma legislação que restringe a liberdade de expressão na ilha e impõe limitações às atividades na internet no país. Implementado em 2019, ele é parte dos esforços do regime cubano para exercer um controle mais rígido sobre o que é dito nas redes sociais e silenciar dissidentes.
Segundo as informações, o jornalista passou horas sendo interrogado por oficiais cubanos, que logo após isso, censuraram as entrevistas conduzidas por Curbelo Aguilera com familiares de manifestantes detidos nos protestos de 6 de maio. Foi neste momento que os oficiais da polícia cubana fizeram um “alerta” ao jornalista, dizendo que ele poderia ser preso devido às suas publicações críticas ao regime cubano nas redes sociais.
Curbelo Aguilera ainda relatou ao CubaNet que os agentes afirmaram que sua prisão seria iminente caso continuasse exercendo o jornalismo independente e publicando informações contra o sistema político cubano. O jornalista deixou o interrogatório se recusando a assinar uma carta de advertência, considerando-a arbitrária.
"Me disseram que se eu continuasse exercendo minha função como jornalista independente e se continuasse fazendo publicações contrárias ao sistema nas redes sociais, então seria levado à prisão por crime de desobediência", disse.
Em meio à crescente repressão, Curbelo Aguilera afirmou que “é triste o que os cubanos enfrentam. Não entendo por que, ao contrário de outros líderes mundiais, aqui todos os dirigentes têm prosperidade, enquanto o povo necessita de medicamentos e alimentos”.
Curbelo Aguilera, que também é um defensor dos direitos humanos, reafirmou que, mesmo com a perseguição, vai continuar com seu compromisso de lutar pela “plena liberdade do povo cubano”.