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O parlamento cubano aprovou um Orçamento de 33,3 bilhões de pesos para o ano de 2006, o que significa um aumento de 32% sobre 25,3 bilhões do ano de 2005. A medida, votada na sexta-feira à noite, indica que para as autoridades da ilha, a crise econômica de uma década e meia ficou para trás.

"Os crescimentos alcançados ocorrem em meio ao 'genocida' bloqueio imperialista, dos severos impactos gerados por furacões e períodos de seca, e do encarecimento dos preços do petróleo, confirmando que nossa economia se consolida e avança", afirmou a ministra das Finaças, Georgina Barreiro, ao apresentar o Orçamento.

A ministra sustentou que o déficit orçamentário de 2006 seria de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), baseado em ingressos previstos de 31,5 bilhões de pesos, aproximadamente 35% a mais que em 2005, quando o déficit ficou em 4,2% do PIB cubano. Segundo fontes oficiais, o Orçamento em pesos inclui outro em dólares, não revelado e, geralmente, mais importante. Oficialmente, o peso cubano está cotado a US$ 0,92, mas nas casas de câmbio vale menos de US$ 0,05.

Cuba relatou esta semana um crescimento econômico de 111,8% em 2005 e as estimativas são de que haja um aumento de 10% em 2006. Os cálculos são baseados em uma fórmula que ainda não foi aceita por nenhuma organização internacional, que considera o valor de mercado dos serviçoes sociais, dos bens subsidiados e da exportação de serviços médicos a países como Venezuela.

O governo elevará este ano os salários e aposentadorias mais de 25%, aumentando seus gastos em 4,2 bilhões de pesos. Georgina Barreiro acrescentou que o aumento verificado nos gastos é atribuído a despesas com a defesa, serviços sociais, salários e aposentadorias, reservas de emergência e uma duplicação dos investimentos até 6,4 bilhões de pesos. Segundo a ministra de Finanças, as receitas aumentaram graças ao crescimento econômico, a alta nos preços de serviços como eletricidade e a venda de eletrodomésticos e alimentos à população.

A economia cubana sofreu uma queda de 35% com o desmantelamento da União Soviética no início dos anos 90, o que acabou privando a ilha de grandes subsídios e mercados, castigando a sua população com escassez de alimentos, energia, meios de transporte e capital.

Desde então, Cuba, que é fortemente dependente das importações, abandonou a monocultura do açúcar como principal fonte de exportação. Hoje, o turismo, os serviços médicos, o níquel, as remessas familiares e a indústria farmacêutica representam a maior parte da receita do comércio exterior.

Ainda sob o regime comunista de Fidel Castro, Cuba começou a trocar este ano serviços médios por petróleo da Venezuela - um aliado que paga milhões de dólares pelos serviços de mais de 20 mil médicos cubanos. A China, por sua vez, contribui com centenas de milhões de dólares em créditos brandos para comprar bens de consumo e infra-estrutura.Mais de 90% da economia cubana está em mãos do Estado. Segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), as autoridades da ilha absorveram a liquidez comprando eletrodomésticos chineses em dólares e vendendo-os a preço de custo em pesos usando a taxa de câmbio doméstica para manter a inflação abaixo de 5%.

- Com US$ 400 milhões em eletrodomésticos é possível absorver oito bilhões de pesos - disse um economista cubano.

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