Cuba descreveu na quinta-feira a decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de eliminar sua suspensão como uma "grande vitória", mas disse que isso não "modifica em nada" sua recusa em voltar ao grupo do qual foi expulsa há 47 anos.

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Os 34 países da OEA anularam na quarta-feira na cidade hondurenha de San Pedro Sula uma resolução que isolou Cuba em 1962 por pressão dos Estados Unidos.

"Creio que é uma grande vitória para a América Latina e para o Caribe. É também (uma vitória) para o povo de Cuba", disse o presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, a jornalistas em Havana.

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A anulação foi aprovada de forma unânime pelos Estados membros da OEA, apesar da resistência dos Estados Unidos, que propunham condicioná-la a avanços nos direitos humanos.

O ex-presidente cubano Fidel Castro tem insistido nos últimos meses que a OEA é um instrumento de dominação dos Estados Unidos e deve desaparecer.

A televisão estatal disse na noite de quarta-feira que a decisão da OEA era uma "reparação histórica", mas ressaltou que Havana não estava interessada em regressar ao grupo.

"Não sei quantas vezes dissemos a mesma coisa: o que ocorreu ontem (quarta-feira) não modifica em nada o que Cuba pensava ontem, antes de ontem e mesmo hoje", disse Alarcón na quinta-feira.

A resolução adotada pela OEA foi publicada na quinta-feira na capa do Granma, jornal do Partido Comunista, que governa o país.

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O documento deixa claro que o regresso de Cuba deverá ser o resultado de um processo de diálogo a pedido do governo da ilha.

Phil Peters, especialista em Cuba do Lexington Institute em Washington, salientou que o retorno da ilha não é automático.

"A resolução, aprovada por consenso, foi redigida de maneira a permitir a todos que cantem vitória", escreveu em seu blog The Cuban Triangle (cubantriangle.blogspot.com).

Para a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, a OEA demonstrou esta semana flexibilidade e abertura.

"Cuba pode regressar à OEA no futuro se a OEA decidir que sua participação cumpre com os propósitos e princípios da organização, incluindo democracia e direitos humanos", disse em uma declaração divulgada na quarta-feira.

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