Os cubanos festejaram em quase todos os municípios do país a entrada de um novo ano e o aniversário de 54 anos da revolução que instaurou o atual regime no país, com a derrubada de Fulgencio Batista por Fidel Castro e Che Guevara, acompanhados de tropas guerrilheiras.
Orquestras de música popular e bandas de concerto se apresentam em 160 municípios incluindo 11 territórios da capital e novos festejos devem ocorrer no dia 06 de janeiro.
Mudanças
Cuba se encontra atualmente em fase de atualização de seu modelo socioeconômico, implementada pelo atual presidente Raúl Castro. Em discurso realizado no dia 13 de dezembro, o presidente considerou que a marcha de atualização econômica na ilha segue "com passo seguro".
Entre as ações previstas para 2013, estão a entrada em vigor de uma nova Lei Tributária, metodologias para a instalação de preços máximos e mínimos e passos no sentido de realizar a unificação monetária e cambial.
Entre as metas para o novo ano também estão a aplicação de novas medidas para flexibilizar o trabalho privado, setor que agrupa cerca de 400 mil cubanos, o que representa o dobro em relação a 2010. O país também planeja a realização de experimentos para fortalecer a empresa estatal, conferindo a ela maior autonomia e poder de gestão econômica.
Cuba projeta para 2013 um incremento de 3,7% em seu Produto Interno Bruto (PIB), progressão econômica que coincide com o esperado pela Cepal e outras agências qualificadoras para a América Latina e Caribe. Segundo dados preliminares do recente Censo de População feito na ilha, o país encerra 2012 com mais de 11 milhões de habitantes e apresenta uma taxa de mortalidade infantil abaixo de cinco para cada mil nascidos vivos, a mais baixa das Américas, e uma esperança de vida próxima a 80 anos.
Bloqueio Econômico
A principal dificuldade apontada pelo governo cubano para implementar as trasformações é o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto ao país pelos Estados Unidos há mais de 50 anos apesar do rechaço quase unânime da comunidade internacional. Em 13 de novembro de 2012, 188 países com apenas três contra solicitaram na Assembleia Geral das Nações Unidas o fim do bloqueio imposto por Washington.
Estima-se que hoje sete de cada dez cubanos nasceram sob os efeitos do bloqueio, que coloca obstáculos à livre navegação, o acesso a investimentos e créditos, perseguição às operações financeiras cubanas por todo o mundo e a proibição de viagem aos cidadãos norte americanos. O embargo imposto em fevereiro de 1962 pode ter causado prejuízo econômico e financeiro de mais de US$ 1 trilhão ao país.