O governo cubano convocou eleições municipais para 21 de outubro, o que marca o início de um processo eleitoral que pode esclarecer até o começo de 2008 se o convalescente Fidel Castro continuará sendo chefe de Estado.
Um decreto assinado por Raúl Castro, presidente interino, marcou a data das eleições para a renovação dos conselhos municipais e provinciais, que por sua vez elegem a Assembléia Nacional, que a cada cinco anos escolhe o Conselho de Estado e o presidente da República.
Fidel é o presidente desde que o atual sistema foi estabelecido, há 30 anos.
Pela primeira vez desde a revolução de 1959, Fidel, de 80 anos, teve de transferir temporariamente o poder, em julho de 2006, para seu irmão Raúl, devido a uma cirurgia intestinal.
Ele não aparece publicamente desde então, embora seja visto em vídeos e fotos com alguma freqüência. Em quase um ano, ele recuperou peso, passou a receber dignitários estrangeiros e escrever editoriais para jornais.
"A grande questão é se Fidel Castro vai presidir o Conselho de Estado", disse um embaixador europeu. "Há pessoas no governo dizendo que ele está velho demais."
Fidel não compareceu ao funeral, em junho, de sua cunhada Vilma Espín, esposa de Raúl e uma das mulheres mais poderosas da política cubana. A ausência foi interpretada como um sinal de que ele está fraco demais para reassumir o poder, devendo ficar relegado a um papel consultivo.
Diplomatas ocidentais dizem que Raúl Castro está firme no controle do Estado comunista, dirigindo o dia-a-dia do país, e que pode formalmente se tornar presidente em 2008. Fidel Castro deve manter o influente cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista.
"O Conselho de Estado convoca eleições municipais gerais para escolher os delegados às Assembléias Municipais e Provinciais, bem como os deputados da Assembléia Nacional do Poder Popular", disse o decreto, lido no noticiário da TV.
Só há um partido em Cuba, o Comunista, mas não é necessário ser filiado para disputar as eleições - embora isso seja o mais habitual.