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O governo de Cuba criticou nesta quinta-feira (30) sua inclusão por mais um ano na lista de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelos Estados Unidos e pediu o fim de uma acusação "injusta" e "arbitrária", cujo único objetivo é justificar o bloqueio americano sobre a ilha.

"Esta decisão vergonhosa foi tomada faltando de maneira deliberada com a verdade e ignorando o amplo consenso e a exigência explícita de vários setores da sociedade americana e da comunidade internacional para que se ponha fim a essa injustiça", indicou nesta quinta-feira o Ministério das Relações Exteriores cubano em comunicado divulgado pela imprensa oficial do país.

Após rejeitar "energicamente a utilização com fins políticos de um assunto tão sensível como o terrorismo internacional", Cuba reivindica que "se ponha fim a esta designação vergonhosa que ofende o povo cubano, tem como único objetivo tentar justificar o bloqueio anacrônico e cruel contra Cuba e desacredita o próprio governo dos EUA".

Em seu relatório anual sobre a matéria apresentado, o Departamento de Estado americano mantém Cuba, junto com Irã, Sudão e Síria, em sua lista de países que patrocinam o terrorismo.

O governo americano garante que Cuba, incluída na lista desde 1982, "continua proporcionando refúgio a vários membros da ETA" e "em anos passados" permitiu que guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se refugiassem na ilha ou transitassem por ela com destino a outros países.

O governo da ilha, no entanto, assegura que seu território "nunca foi utilizado e nunca será para abrigar terroristas de nenhuma origem, nem para organizar, financiar ou perpetrar atos de terrorismo contra nenhum país do mundo, incluindo os EUA".

Em relação às Farc, Havana classifica de "absurda" a acusação dos EUA e lembra que Cuba está atuando como mediador dos diálogos de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha.

Sobre o caso dos membros da ETA na ilha mencionados pelo relatório americano, Cuba reprova os EUA por desconhecerem que esses casos correspondem a "uma solicitação dos governos envolvidos na situação".

Já em relação à acusação de oferecer refúgio a fugitivos procurados nos EUA, a nação caribenha respondeu que nenhum deles foi acusado de terrorismo.

"Cuba sofreu durante décadas as consequências de atos terroristas organizados, financiados e executados a partir do território dos Estados Unidos, com um saldo de 3.478 mortos e 2.099 incapacitados", conclui a declaração.

A ilha sustenta ainda que, desde 2002, propôs aos EUA a adoção de um acordo bilateral para enfrentar o terrorismo, oferta que reiterou em 2012, sem ter recebido qualquer resposta.

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