O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas adiou na quinta-feira a votação para recomendar que Ban Ki-moon fique um segundo mandato como secretário-geral da ONU, depois que Cuba impediu que o grupo da América Latina e do Caribe endossasse o nome dele, afirmaram enviados.
"Cuba está causando dificuldades com o Grulac (Grupo de Países Latino-Americanos e do Caribe), mas isso é apenas procedimental", disse um diplomata ocidental à Reuters sob a condição de anonimato.
"Ban vai vencer, mas não está claro se o Grulac como bloco irá endossá-lo", acrescentou o diplomata.
Os diplomatas afirmaram que a votação do conselho para decidir se recomenda que o ex-chanceler sul-coreano tenha um segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU começando em janeiro de 2012 foi adiada por um dia e ocorrerá na sexta-feira ao meio-dia do horário de Brasília.
Eles disseram que haverá uma reunião do Grulac nas Nações Unidas antes da reunião do conselho de sexta-feira durante a qual outros membros tentarão convencer Cuba a se unir a todos os outros grupos regionais para endossar a candidatura de Ban à reeleição.
Se o Grulac não conseguir apoiar Ban, que até agora é o único candidato ao posto, isso não terá impacto no processo de votação. Mas poderá ser constrangedor para o chefe da ONU, que, segundo diplomatas, gostaria de ter o apoio oficial de todos os 192 Estados-membros e de todos os grupos regionais.
Oficialmente, os chefes da ONU são eleitos pela Assembleia Geral sob a recomendação do Conselho de Segurança. Na verdade, são os cinco membros permanentes do conselho - Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos - que decidem quem fica com o cargo.
Todos os cinco membros permanentes do conselho disseram que apoiam a reeleição de Ban.
Acredita-se que a Assembleia Geral aprove formalmente o segundo mandato de Ban na terça-feira. Cuba, o único país a indicar que pode ter problemas com a ideia de reeleger Ban, não pode evitar que ele obtenha um novo mandato.
Atualmente Ban está em viagem à América Latina, onde tem se encontrado com líderes regionais. Ele não visitou Cuba.
Não estava clara qual a razão pela qual Cuba decidiu bloquear o consenso necessário no bloco Grulac, mas diplomatas ocidentais afirmam que Havana vê o secretário-geral da ONU sob a influência dos Estados Unidos.
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