Parceira da ditadura chavista, o regime comunista de Cuba condenou nesta segunda-feira (26) o que chamou de “propósitos por trás” do “pretexto” de “tornar transparentes os resultados” eleitorais na Venezuela, que deram a vitória ao ditador Nicolás Maduro, em alusão aos países - entre eles aliados de Havana, como Brasil, México e Colômbia - que pediram a publicação das atas de votação.
Durante uma declaração telemática na 11ª Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que a Venezuela está sofrendo uma campanha “grosseira e orquestrada” que busca “mascarar outra tentativa de golpe de Estado”.
Da mesma forma, o ditador descreveu os relatórios publicados pela oposição - que alega ter obtido 83,5% das atas, dando a vitória ao seu candidato, Edmundo González Urrutia - como “documentação de origem duvidosa” que é apresentada “como legítima”.
“Não ficaremos à margem ou em silêncio diante dos ultrajes e da interferência flagrante do império”, disse Díaz-Canel.
Cuba, um aliado político próximo da Venezuela e um importante receptor de seu petróleo, foi um dos primeiros países a reconhecer a “vitória” de Maduro, decretada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), apesar dos protestos contra o resultado.
Depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela endossou a vitória de Maduro na última quinta-feira, os presidentes de Brasil e Colômbia, Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, insistiram na necessidade de divulgar as atas de votação detalhadas.
O presidente do México, o também esquerdista Andrés Manuel López Obrador, ainda não reconhece oficialmente a reeleição de Maduro.
No último domingo, o governista Centro de Investigações de Política Internacional (Cipi) declarou que considera que “todos” que questionam a versão oficial das eleições na Venezuela seguem, de alguma forma, um “padrão que foi estabelecido pelos Estados Unidos”.
Em entrevista à Agência EFE, o diretor da entidade cubana, José Ramón Cabañas, pediu “respeito” aos assuntos internos da Venezuela, mas também afirmou que a publicação das atas pode fazer “sentido” para esclarecer dúvidas.
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