O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, advertiu nesta segunda-feira diante da ONU que o novo modelo de "mudança de regime" lançado pelos Estados Unidos e pela Otan na Líbia pode afetar países da América Latina que não se submeterem aos interesses de Washington.

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Em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, Rodríguez defendeu também a adesão à ONU de um Estado da Palestina e denunciou o bloqueio contra Cuba por parte dos Estados Unidos, reiterando a "disposição" de seu governo de "normalizar relações" com Washington.

"Os Estados Unidos e a Otan, supostamente para evitar um massacre, atacaram militarmente um Estado soberano, sem que este representasse nenhuma ameaça para a paz e a segurança internacionais, e desataram uma operação de "mudança de regime"", afirmou Rodríguez, em referência ao ocorrido na Líbia.

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"Agora todos compreendem melhor o que é e para que podem usar a 'responsabilidade de proteger'", completou o chanceler, em referência à resolução do Conselho de Segurança que autorizou os bombardeios contra as forças do regime do coronel Muamar Kadafi e que foi vital para que os rebeldes tomassem o poder em Trípoli. Rodríguez assegurou que o "novo modelo de operações de "mudança de regime" demonstra que as atuais doutrinas militares dos Estados Unidos e da Otan são ainda mais agressivas que as precedentes", e advertiu sobre o risco de que sejam aplicadas na América Latina.

"Os Estados Unidos e a Otan podem hoje garantir que o uso da força e esse conceito de 'mudança de regime' não seja aplicado nos países da América Latina e do Caribe que não se submeterem a seus interesses?", questionou.

Nesse sentido, citou como elementos que sustentam sua hipótese "a mobilização da IV Frota, o desenvolvimento de bases, forças e meios militares para intervir em qualquer ponto da região; o golpe de Estado contra a Venezuela em 2002 e logo em seguida o golpe petroleiro; a proposta de separação de Santa Cruz da Bolívia, o golpe militar em Honduras e a tentativa de golpe no Equador".

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