O regime comunista de Cuba anunciou nesta terça-feira (14) que libertou 553 pessoas, que afirma terem sido “punidas por diversos crimes”, após mediação do Vaticano, que incluiu a retirada da ilha da lista dos EUA de países patrocinadores do terrorismo, decisão tomada pelo presidente em fim de mandato, Joe Biden.
Entre os libertados podem estar diversos presos políticos que cumprem pena no país. A ONG Prisoners Defenders estimou o número de presos políticos em Cuba em 1.148 no final de novembro de 2024. Por outro lado, a ONG Justicia 11J disse em dezembro que 554 pessoas que participaram dos protestos contra o regime de julho de 2021 (11J), os maiores em décadas no país, ainda estavam atrás das grades com sentenças de até 20 anos de prisão.
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do regime de Cuba, o ditador do país, Miguel Díaz-Canel, comunicou a decisão ao papa Francisco “nos primeiros dias de janeiro”, após “uma análise cuidadosa baseada nas diferentes modalidades contempladas pela lei”. A medida, acrescentou a nota, será aplicada “gradualmente”.
“O governo de Cuba manteve-se em comunicação com o papa Francisco e seus representantes e, como no passado, informou Sua Santidade sobre os processos de revisão e libertação de pessoas privadas de liberdade, uma prática que é comum em nosso sistema de justiça”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
A ditadura cubana destacou que, entre 2023 e 2024, “mais de 10 mil pessoas” presas receberam “diferentes tipos de benefícios previstos em lei” e que essa decisão está no “espírito do Jubileu Ordinário”, o grande evento católico que é celebrado a cada 25 anos.
O anúncio foi oficializado logo depois que o governo dos Estados Unidos retirou oficialmente a ilha da lista de países que patrocinam o terrorismo.
De acordo com a imprensa do governo do presidente americano, Joe Biden, que está a poucos dias de deixar o cargo, Washington tomou a decisão de facilitar a libertação dos prisioneiros cubanos como parte deste processo mediado pelo Vaticano.
O regime comunista de Havana elogiou a medida de Biden, embora tenha criticado o fato de que a maior parte das sanções dos EUA contra a ilha continua em vigor. O país também ressaltou que a medida deveria ter sido tomada “sem exigir nada em troca e sem fabricar pretextos para justificar a inação”.
Segundo informações da agência Associated Press (AP), é esperado que o governo do presidente eleito Donald Trump, que toma posse na próxima semana, revogue a medida.
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