O governo de Cuba assegurou que perdeu US$ 400 milhões no comércio exterior devido às sanções dos Estados Unidos contra a ilha e lamentou que o embargo econômico em vigor contra o país tenha "dissuadido" potenciais investidores de explorar o petróleo no Golfo do México. Cuba "tem uma economia com alta dependência do comércio exterior", disse nesta quarta-feira o vice-ministro do setor, Orlando Hernández.
Hernández calculou que Cuba sofreu um prejuízo de US$ 400 milhões entre abril de 2009 e abril deste ano, tanto nas importações quanto nas exportações. Segundo ele, o país teve perdas de US$ 100 milhões por causa das dificuldades em vender o níquel, principal mercadoria de exportação, aos mercados internacionais, e de US$ 80 milhões porque não pôde vender o rum cubano nos EUA. Hernández calcula que se não existissem as sanções econômicas contra a ilha, Cuba poderia contar com US$ 2,5 bilhões em investimentos de procedência norte-americana.
Hernández também citou a questão do Golfo do México, onde os EUA têm 120 plataformas petrolíferas e extraem 30% do petróleo que consomem; Cuba, ao contrário, não pôde extrair uma "gota de petróleo" apesar de ter aberto às multinacionais do petróleo, já há 15 anos, blocos no seu litoral do Golfo que cumprem com as condições padrões internacionais.
Hernández disse que os investidores são sempre dissuadidos pelas pressões dos EUA, que incluem multas e obstáculos burocráticos. Entre abril do ano passado e abril deste ano, 12 empresas, de bancos a vendedoras de equipamentos, foram penalizadas por terem feito comércio com Cuba.
Observadores indicam que a economia cubana atravessa mais um período difícil e que contas nacionais mostraram uma queda no comércio exterior, em 2009, superior a 30%. Hernández reconheceu que existem problemas na economia e nas finanças, mas afirmou que a eles se acrescentam as sanções, "pois nenhuma economia de mercado teria resistido a cinco décadas de sanções, como fez a ilha".
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