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A crise energética em Cuba atingiu um novo ápice nesta segunda-feira (2) com a União Elétrica (UNE), a empresa estatal de energia elétrica cubana, prevendo apagões simultâneos em quase 30% do território nacional durante o pico de demanda.
Esses cortes de energia, que já se tornaram uma realidade cotidiana no país, paralisam setores industriais e resultam no descarte de alimentos que necessitam estar em locais refrigerados.
A situação, que persiste há três anos, reflete a precariedade do Sistema Elétrico Nacional cubano (SEN). O país comunista conta atualmente com infraestruturas obsoletas e com a falta crônica de manutenção e investimentos no setor elétrico. Além disso, Cuba ainda enfrenta problemas financeiros para adquirir combustível no exterior, o que acaba contribuindo ainda mais para agravar a crise energética do país.
Durante o verão cubano, os apagões estavam relativamente sob controle, mas nas últimas duas semanas, a frequência dos cortes de energia na ilha aumentou consideravelmente.
A UNE estima que tem atualmente uma capacidade para gerar apenas 2.180 megawatts (MW) de energia para atender a uma demanda máxima de 3.000 MW durante o horário de pico desta segunda. Isso implica em um déficit significativo de 820 MW, indicando que a oferta de energia da ilha será substancialmente inferior à demanda estimada.
A crise energética em Cuba paralisa diversas atividades econômicas, já que ela afeta o acesso das pessoas ao trabalho e aos estabelecimentos comerciais.
A falta de combustível é apontada como o fator crucial para a atual crise energética da ilha, e o regime de Miguel Díaz-Canel tem anunciado medidas de austeridade para enfrentar a escassez.
Os cortes frequentes no fornecimento de energia têm alimentado o descontentamento social, sendo um dos motivadores dos protestos que ocorreram contra o regime castrista nos últimos anos.
Na última quarta-feira (27), o regime cubano já havia anunciado que o país sofreria um racionamento na distribuição de combustíveis e de energia elétrica. O vice-primeiro-ministro de Governo e ministro da Economia e Planejamento do regime comunista, Alejandro Gil, chegou a afirmar que os apagões em Cuba se tornarão diários por causa da crise energética, e que o país adotaria medidas para promover o uso mais “racional” de combustíveis.