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A ilha

Cuba está pronta para diálogo com os EUA, diz Raúl Castro

Raúl Castro chega à cidade de Guantánamo para celebrar o ataque ao quartel de Moncada | Juan Pablo Carreras/AFP
Raúl Castro chega à cidade de Guantánamo para celebrar o ataque ao quartel de Moncada (Foto: Juan Pablo Carreras/AFP)

O presidente de Cuba, Raúl Castro, acusou ontem os EUA de buscar a derrubada do governo cubano de forma similar ao que ocorreu com os países da Primavera Árabe, ao mesmo tempo em que reiterou a disposição de seu governo em negociar com o inimigo de décadas.

"O dia em que eles quiserem [conversar], a mesa está posta", disse Raúl em um discurso transmitido em rede nacional de televisão em um dos principais dias do calendário político de Cuba. "Eu já os informei por meio dos canais diplomáticos. Se quiserem conversar, conversaremos, mas como iguais. Conversaremos sobre os mesmos temas [democracia e direitos humanos] nos EUA", afirmou ele.

A ilha governada pelos comunistas comemorou o aniversário do ataque de 1953 liderado por Fidel Castro aos­­­­ quartéis do Exército de­­ Mon­­cada na cidade de San­­tiago de Cuba, que deu início à Re­­volução Cubana. Vestido em uniforme militar, Raúl falou na província de Guantánamo, no leste do país, depois de concluída uma celebração oficial para marcar a data.

Raúl, que assumiu o poder das mãos de seu irmão Fidel em 2008, depois de servir como ministro da Defesa por décadas, acusou os opositores do governo na ilha, apoiados pelos EUA e por outros países ocidentais, de "criar as condições e aspirar um dia que aconteça aqui o que ocorreu na Líbia e o que querem que aconteça na Síria".

O ditador da Líbia Muamar Kadafi caiu após um conflito violento. As forças leais ao presidente da Síria, Bashar Assad, tentam reprimir uma rebelião que busca derrubá-lo.

Os comentários de Raúl seguiram-se à morte, no domingo, de Oswaldo Payá, um dos dissidentes e ativistas de direitos humanos mais proeminentes do país, morto em um aparente acidente de carro.

Payá liderou uma petição em 2002 para reformar o sistema político de partido único do país. No entanto, ele também era altamente crítico à política norte-americana com relação a Cuba, incluindo ao embargo econômico contra a ilha.

Washington exigiu na quar­­ta-feira uma investigação­­ "a fundo e transparente" da morte de Payá, que faleceu no acidente ocorrido em uma estrada próxima a Bayamo (744 km a sudeste de Havana), segundo a versão oficial, mas seus filhos afirmam que o carro foi tirado da estrada por outro veículo.

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