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A chancelaria checa informou na quinta-feira que um diplomata do país recebeu ordens do governo cubano para deixar Havana em 72 horas, numa suposta retaliação a críticas de Praga aos direitos humanos na ilha comunista.

O governo de Fidel Castro não informou os motivos para rejeitar a prorrogação do visto para o primeiro-secretário da embaixada checa, Stanislav Kazecky.

A chancelaria checa disse ter convocado o encarregado de negócios cubano em Praga para protestar e disse que o governo tomará medidas recíprocas.

"A República Checa entende que se trata de um ato de expulsão", disse o ministério em nota. "Cuba indubitavelmente está reagindo à política externa checa, que critica rigorosamente as violações aos direitos humanos em Cuba e apóia a oposição checa."

A República Checa, que passou mais de quatro décadas sob regime comunista e agora é membro da União Européia, defende a reimposição de sanções diplomáticas da UE a Cuba por reprimir dissidentes e prender adversários do regime de Fidel, instaurado há 47 anos.

A chancelaria cubana não quis comentar o caso Kazecky.

"As autoridades cubanas não deram explicação. Supomos que tenha a ver com as atividades checas no campo dos direitos humanos", disse Kazecky à Reuters em Havana.

O diplomata, de 34 anos, mantinha contatos estreitos com dissidentes de Cuba. Ele tem vôo marcado para Paris no sábado.

Kazecky foi transferido para Havana em abril de 2004, um ano depois da onda de repressão que levou 75 dissidentes cubanos à prisão, o que provocou o congelamento das relações diplomáticas entre Cuba e a UE.

As relações melhoraram em 2005, depois que os países europeus retiraram as pequenas sanções que haviam imposto e pararem de convidar dissidentes cubanos para as celebrações de datas nacionais em suas embaixadas, atividade que ficou conhecida como "a guerra dos coquetéis".

Mas a tensão entre Praga e Havana continuou. Em maio do ano passado, a polícia cubana prendeu o senador checo Karel Schwarzeberg e o escoltou até o aeroporto, impedindo-o de participar de uma reunião organizada pela dissidente Martha Beatriz Roque.

Em janeiro, Praga pediu a Havana que explicasse a detenção da top model Helena Houdova, miss República Checa em 1999, presa quando tirava fotos de um bairro pobre da capital cubana.

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