Caso emblemático: cubanos que competiram por outros países em Paris ganharam as três medalhas no salto triplo masculino| Foto: EFE/EPA/VASSIL DONEV
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Confirmando o que já era projetado, Cuba teve na Olimpíada de Paris, encerrada no domingo (11), seu pior desempenho em décadas no maior evento esportivo do planeta.

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Com apenas duas medalhas de ouro, foram os Jogos em que os atletas cubanos tiveram o menor número de títulos olímpicos desde as disputas na Cidade do México em 1968, quando não conseguiram nenhum.

O número de ouros é o critério principal para ranquear os países no quadro de medalhas – se forem consideradas também as medalhas de prata e bronze de Cuba (uma e seis em Paris, respectivamente), o número total de pódios (nove) é o menor desde Munique-1972 (oito naquele ano).

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Devido à crise econômica e política em Cuba, à resultante diminuição do investimento em esportes e à debandada de atletas para outros países, a ilha levou para a Olimpíada de Paris a menor delegação desde Tóquio-1964, com apenas 61 atletas.

Além de ficar abaixo do desempenho dos últimos Jogos Olímpicos, as conquistas de Cuba ficaram anos-luz aquém do auge do país na competição: em Barcelona-1992, foram 14 medalhas de ouro. Naquela ocasião, Cuba terminou em quinto lugar no quadro de medalhas; em Paris, ficou em 32º.

Outro dado que ilustra a decadência do esporte olímpico cubano: 21 atletas nascidos no país e o que o deixaram competiram por outras nações ou pelo time de refugiados em Paris, e somaram quase o mesmo número de medalhas de Cuba. Esse grupo conquistou oito medalhas: uma de ouro, quatro de prata e três de bronze.

O caso mais emblemático foi no salto triplo masculino: o pódio foi todo ocupado por atletas nascidos em Cuba, mas que representaram outros países.

Jordan Díaz, competindo pela Espanha, ganhou o ouro; Pedro Pablo Pichardo, representando Portugal, foi prata; e Andy Díaz, pela Itália, foi bronze.

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Díaz deixou a delegação cubana quando participou de uma competição preparatória na Espanha, em 2021, e no ano seguinte obteve cidadania do país europeu.

“Meus pais me disseram: ‘Você tem que ir embora se quiser ser grande’”, disse ele, em entrevista em 2022 ao jornal El País, na qual alfinetou a ditadura castrista. “O sistema cubano parece não querer colher os benefícios daquilo que semeia”, ironizou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]