A polícia de Cuba prendeu dezenas de pessoas que tentavam participar de uma manifestação contra o regime comunista neste domingo (8), inclusive um dos líderes da oposição José Daniel Ferrer, segundo a imprensa independente da ilha. Fontes ouvidas pelo site 14yMedio relataram que as prisões foram feitas de forma violenta por volta das 10h da manhã (local) em frente à sede da União Patriótica de Cuba (Unpacu), organização que havia convocado a manifestação, em Santiago de Cuba.
"Não duraram nem um minuto na rua", contou à publicação um morador dos arredores que presenciou as detenções.
Um dia antes, o movimento já havia denunciado o desaparecimento de 40 ativistas. Antes de ser preso, Ferrer havia dito que tropas especiais das forças de segurança castristas invadiram a sede da Unpacu.
O escritório do Departamento de Estado dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental havia denunciado em sua conta do Twitter o desaparecimento de dezenas de opositores do regime em Cuba, após conversar com Ferrer no sábado.
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), também repudiou as detenções arbitrárias. "Elogiamos o espírito cívico, democrático e libertário do povo cubano e da Unpacu. Condenamos a prisão pela ditadura cubana de José Daniel Ferrer e outros oponentes por exercer seu direito humano a protestos pacíficos", tutou neste domingo.
Nas redes sociais, membros da organização informaram nesta segunda-feira (9) que algumas pessoas estavam reaparecendo, mas com machucados.
Visita da UE
A onda de repressão acontece na mesma semana em que a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, visita Havana. Em encontro com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, eles conversaram sobre o acordo de diálogo político entre Cuba e União Europeia, em vigor desde 2017, e sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos ao regime comunista, segundo o site de notícias oficialista Cuba Debate. Organizações de direitos humanos em Cuba, como a Prisioners Defenders, criticam a União Europeia por manter um acordo com Cuba, um estado que "viola os direitos humanos" e "exporta tais violações" para outros países, como a Venezuela.
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