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Vista de Havana, capital de Cuba, em novembro de 2022
Havana é a cidade que mais registra protestos contra a crise econômica, social e política vivida na ilha| Foto: EFE/Yander Zamora

Um relatório produzido pelo Observatório de Conflitos em Cuba (OCC), divulgado nesta semana, mostrou que em agosto 424 protestos espontâneos foram realizados pelo país.

Mais de 60% das manifestações foram relacionadas à indignação da população cubana sobre o desrespeito aos seus direitos econômicos e sociais (274 casos), que foram afetados por medidas bancárias decretadas pela ditadura de Miguel Díaz-Canel.

A medida impede as empresas e a população de retirar dinheiro em espécie das instituições financeiras, obrigando os usuários a realizar todas as operações de forma digital. Com isso, o regime cubano tem mais controle sobre as transações e impossibilita as pessoas de deixar seus recursos fora do sistema financeiro.

O segundo motivo de reivindicação foi o desrespeito aos direitos políticos e civis (150 casos), devido à falta de liberdade de manifestação e à crise que atinge a ilha, com a escassez de alimentos, remédios, combustível e dinheiro.

Em menor escala, a população foi às ruas para manifestar descontentamento com o crescimento da violência no país. Ao todo, 57 ocorrências foram registradas, nas quais as pessoas denunciaram uma onda de assassinatos, roubos e desaparecimento de cidadãos.

O relatório também contabilizou outros tipos de manifestações, marcadas por gritos e "panelaços" dentro das próprias casas, visto que Cuba enfrenta uma série de apagões noturnos, que duram cerca de cinco a seis horas e afetam a conservação dos alimentos. A passagem do furacão Idalia na última semana também deixou milhares de casas sem eletricidade na ilha.

Em comparação com julho, o observatório analisou uma redução de 28% na quantidade de manifestações na ilha, que passou de 589 para 424.

Para os analistas do OCC, essa diminuição tem relação com "as esperanças de cubanos em emigrar pelo programa de liberdade condicional humanitária dos Estados Unidos".

De acordo com o jornal americano The San Diego Union Tribune, somente no primeiro semestre deste ano, 35 mil cubanos conseguiram o benefício e deixaram a ilha.

Os protestos de agosto foram concentrados em Havana, com 143 registros. Em seguida, aparece a província de Guantánamo, com 26, e Villa Clara, com 23.

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