O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez| Foto: Wilson Dias/ABr

Cuba rechaçou nesta quinta-feira (05) sua inclusão em uma lista negra de patrocinadores do terrorismo elaborada pelos Estados Unidos, colocando em dúvida a vontade de Washington de superar meio século de hostilidades com a ilha de governo comunista.

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Em Brasília, onde faz uma visita oficial, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, rejeitou a inclusão de seu país na lista, dizendo que é um "ato de hipocrisia".

"Denuncio o caráter hipócrita e politicamente motivado da inclusão de Cuba na lista", disse o ministro a jornalistas no Palácio do Itamaraty.

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O ministro declarou que em Cuba há milhares de mortos e mutilados por atos terroristas organizados em territórios norte-americanos.

A diretora da chancelaria para a América do Norte, Josefina Vidal, exigiu que os Estados Unidos tirem imediatamente Cuba da lista.

"Rechaçamos categoricamente a decisão do Departamento de Estado de incluir novamente Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo internacional", disse a funcionária em nota publicada no site na Internet www.cubadebate.cu.

"Mais uma vez, os Estados Unidos colocam em questão a seriedade do compromisso assumido no combate ao terrorismo internacional e mantém um dos aspectos mais irracionais que compõem a política de hostilidade contra Cuba", acrescentou.

Cuba está na lista negra desde 1982.

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O relatório do Departamento de Estado mantém Cuba entre os países que apoiavam o terrorismo em 2009, junto a Irã, Sudão e Síria.

Os Estados Unidos dizem que Cuba continuou oferecendo em 2009 refúgio e assistência médica a militantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ao grupo basco ETA e ao Exército de Libertação Nacional colombiano.

Para Rodríguez, os Estados Unidos "mentem deliberadamente".

O Departamento de Estado esclarece que não encontrou evidências de que Cuba tenha dado "apoio financeiro direito" a organizações terroristas em 2009.

Josefina acusou os Estados Unidos de "dois pesos e duas medidas" por deixar em liberdade Luis Posada Carriles, um ex-agente cubano da Agência Central de Inteligência (CIA) acusado de atos de terrorismo contra Cuba.

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A inclusão na lista negra impede os países de receber ajuda econômica, comprar armamento e estabelece controles em algumas importações.

Rodríguez tinha declarado à imprensa mais cedo --antes da divulgação da lista-- que havia disposição para diálogo com os Estados Unidos e para "negociar problemas bilaterais".

Cuba e Estados Unidos não têm relações diplomáticas plenas. O embargo aplicado por Washington há quase meio século apenas permite a venda de alimentos à ilha.