Cuba libertará um dos cinco presos políticos que rejeitaram a condição de partir para o exílio, conforme previa um acordo entre o regime comunista da ilha e a Igreja Católica, disse a Arquidiocese de Havana na sexta-feira (4).
Esses presos fazem parte de um grupo de 52 dissidentes beneficiados pelo acordo do ano passado. Mas só 47 deles aceitaram partir para o exílio, a maioria na Espanha. A libertação dos outros cinco tem motivado uma campanha da entidade Anistia Internacional.
"Em continuidade com o processo de libertação de prisioneiros, informa-se que se decidiu pela soltura de Pedro Arguelles Morán", disse a arquidiocese em nota.
Outros quatro dissidentes que se recusam a deixar Cuba permanecem detidos, mas a Igreja afirma que estes também serão libertados.
Arguelles, de 63 anos, foi detido em 2003 numa onda de repressão a dissidentes que ficou conhecida como Primavera Negra. Ele foi condenado a 20 anos de prisão por acusações de subversão contra o regime.
O processo de libertação dos presos tem sido alvo de elogios da comunidade internacional, embora os dissidentes digam que o presidente Raúl Castro está simplesmente tentando se livrar da oposição.
Cuba aproveitou o acordo com a Igreja para libertar também dezenas de outros presos condenados por delitos como pirataria e sabotagem, mas que alguns grupos de direitos humanos consideram como casos de natureza política.
A Arquidiocese de Havana anunciou na sexta-feira que em breve sete desses presos também serão libertados e colocados num avião com destino a Madri.