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Os Estados Unidos decidiram manter Cuba, Venezuela e Nicarágua em sua lista de países que não fazem o suficiente para deter o tráfico humano, segundo anunciou nesta quinta-feira (15) o Departamento de Estado americano. A lista ainda inclui Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.
Comparada à do ano passado, Washington adicionou Argélia, Chade, Djibuti, Guiné Equatorial e Papua Nova Guiné à lista, enquanto Brunei, Malásia e Vietnã foram removidos.
“Os Estados Unidos estão comprometidos com a luta contra o tráfico de pessoas porque representa um ataque aos direitos humanos e às liberdades”, advertiu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao apresentar o Relatório de Tráfico de Pessoas 2023.
Cuba, Venezuela e Nicarágua são os três países latino-americanos que os Estados Unidos assinalaram por mais um ano em seu relatório por não cumprirem os padrões mínimos na luta contra o tráfico de pessoas.
O relatório admite que o governo de Havana “tomou algumas medidas para enfrentar o tráfico”, como a reforma do Código Penal, mas considera que as missões de médicos cubanos no exterior são um caso evidente de trabalho forçado.
Sobre o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, afirma que “não está fazendo nenhum esforço” contra o tráfico e o acusa de apoiar grupos armados que recrutam crianças para trabalhos forçados e tráfico sexual.
A lista, composta este ano por 24 países, inclui ainda Rússia, Belarus, China, Coreia do Norte, Irã, Síria e Afeganistão, entre outros.
O relatório alega que Moscou traficou cidadãos ucranianos e forçou pessoas a lutar na guerra ucraniana. Em relação à China, o relatório voltou a apontar as práticas de trabalho forçado e prisões arbitrárias contra a minoria étnica uigur na região de Xinjiang.
Os Estados Unidos estimam que cerca de 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho forçado, fenômeno que atinge especialmente mulheres, pessoas da comunidade LGBTQIA+ e minorias étnicas e religiosas.
Em seu pronunciamento, Blinken denunciou que a pandemia de Covid-19 facilitou a exploração trabalhista devido à interrupção das cadeias de valor em várias indústrias.
Além disso, alertou que os traficantes de pessoas estão usando cada vez mais a internet para recrutar suas vítimas, cada vez mais jovens.
No entanto, o chefe da diplomacia americana destacou também casos positivos, como a abertura de uma linha direta em Hong Kong para ajudar vítimas e o aumento do orçamento dinamarquês para combater o tráfico de pessoas.