O vice-chanceler cubano, Abelardo Moreno, criticou nesta terça-feira o noticiário que menciona a 14ª Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (MPNA), que ocorre nesta semana em Havana, como se todos os mais de cem participantes fossem do "eixo do mal".

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- Lendo algumas reportagens, não posso deixar de pensar que este "eixo do mal" está crescendo e, em breve, será composto por 118 nações - disse Moreno, em entrevista coletiva no segundo dia da cúpula.

O MPNA tem 116 membros, mas ganhará mais dois nesta semana, Haiti e São Cristóvão e Névis.

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Em 2002, durante um discurso, o presidente dos EUA, George W. Bush, cunhou a expressão "eixo do mal", do qual seriam participantes o Irã, Coréia do Norte e o Iraque, então sob o regime de Saddam Hussein.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, estará em Havana nesta semana. A Coréia do Norte deve enviar uma delegação de alto escalão.

A frase de Bush foi especificamente mencionada, em tom crítico, no documento final da cúpula, a ser divulgado no sábado. O texto diz que os "não-alinhados rejeitam totalmente o uso do termo "eixo do mal" por parte de um certo Estado para mirar outros Estados sob o pretexto de combater o terrorismo".

Grande parte da cobertura internacional da cúpula se volta para a participação de adversários de Washington, como o próprio governo cubano e os líderes de Venezuela, Bolívia, Irã e Coréia do Norte. A reunião acontece a menos de 150 quilômetros do litoral americano.

Vários jornais latino-americanos apelidaram o evento de "cúpula anti-Bush".

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