Três mulheres cubanas iniciaram uma greve de fome em frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para chamar a atenção da comunidade internacional sobre a "grave" situação em seu país, "de miséria agravada pela covid-19".
As ativistas Anisley Pérez, Niurka Primonio e Yamisderky Pelier viajaram de Miami a Nova York e iniciaram a greve no último sábado (28), na qual apenas bebem água, exigindo que o pedido de ajuda ao povo cubano seja atendido.
"Estamos aqui para que o mundo saiba o que está acontecendo", disse Perez à Agência EFE, acompanhada por suas duas amigas "e irmãs na causa da libertação de Cuba".
As mulheres, que escreveram "SOS" de vermelho em suas testas, seguram papéis onde se lê "chega de genocídio", "exigimos dois navios hospital para as costas de Cuba" e "se algo me acontecer, continue lutando por Cuba".
"Estaremos aqui até sermos ouvidas, dormindo neste chão duro e sob o céu das estrelas", disse Pérez, que, como suas amigas, tem familiares em Cuba. Embora garantam estar preocupadas com suas famílias, elas afirmaram que neste momento "a nossa família é Cuba".
No dia 11 de julho, centenas de cubanos saíram às ruas para protestar contra o governo de Miguel Díaz-Canel, a quem culpam pela escassez de alimentos, produtos básicos e medicamentos, bem como pela proliferação de lojas de pagamento exclusivas em moeda estrangeira inacessível a maioria da população e os cortes habituais de energia elétrica.
As três ativistas pedem aos relatores de direitos humanos que expulsem Cuba do Conselho de Direitos Humanos da ONU porque "há 62 anos violam os direitos humanos, calando e cometendo genocídio".
"Nossos cubanos morrem a cada segundo e os hospitais da ilha estão entrando em colapso por falta de remédios", disseram ao solicitar a chegada de navios hospital, além de uma intervenção humanitária em seu país.
Cuba enfrenta um surto de Covid-19 e é um dos países mais afetados no mundo neste momento, segundo dados do Ministério da Saúde Pública de Cuba (Minsap).
As mulheres afirmaram que foram enviados e-mails a várias delegações da ONU com o objetivo de despertar o interesse na difícil situação que atravessa o país.
"Vamos ficar aqui até que nos escutem ou nos ponham na prisão, mas precisamos que algo aconteça porque enquanto eles determinam o que fazer, nossa Cuba está morrendo", disse Pérez.
"Espero que Deus toque seu coração e cito algo que está escrito na pedra bem aqui: todas as nações têm direitos e é isso que o povo de Cuba está pedindo", disse.