A comunidade cubana em Miami anda revoltada contra o governo brasileiro. Desde que o presidente Lula comparou o dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo, morto em consequência de uma greve de fome no final de fevereiro, a detentos comuns de penitenciárias paulistas, sua reputação como líder democrático ficou bastante arranhada. Já circula pela internet o vídeo (assista clicando aqui) produzido por um grupo de manifestantes que decidiu sentar-se diante da porta do consulado brasileiro em Miami em protesto contra o que definem como "cumplicidade de Lula com a ditadura cubana".
"Esse grupo de cubanos esteve aqui durante cerca de meia hora gritando palavras de ordem, num protesto barulhento mas pacífico. Nós perguntamos se eles gostariam de entregar alguma carta ou algum documento para darmos ao presidente Lula. Mas recusaram a oferta. Parece que a intenção era simplesmente: o grupo queria filmar a si mesmo fazendo o protesto para que as imagens circulassem pela internet", comenta o cônsul brasileiro em Miami, Luiz Augusto de Araújo Castro.
A manifestação de protesto faz parte de um calendário maior, que movimenta dezenas de pequenos grupos cubanos, todos muito ativos quando se trata de protestar contra o regime castrista. Numa comunidade que conta com mais de um milhão de cubanos, muitos depois descendentes de exilados, e com dezenas de rádios e jornais locais em espanhol, a imagem de Lula sofreu forte abalo depois de sua última visita à ilha.
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"A comparação feita por Lula foi extremamente infeliz. Prisioneiros políticos fazem greve de fome em defesa de valores éticos. Todos nós tínhamos muito respeito por Lula como mediador entre países latino-americanos e os EUA por causa de sua história pessoal. Mas sua reputação ficou seriamente manchada", avalia Andy Gomez, pesquisador da Universidade de Miami.
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